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"Pode até me xingar, mas a mãe, não"
das Regionais
Em 1996, após consultar
uma publicação sobre as peças de teatro em cartaz em
Londres, a atriz Xuxa Lopes
teve a atenção tomada por
uma das sinopses que dizia:
"A peça é irlandesa, mas até
Sr. Sean Connery (escocês)
deveria engolir seu orgulho e
vir assistir (em Londres)".
Contudo o que levou Xuxa
Lopes a comprar os direitos
de montagem da peça no
Brasil foram a reação do público e a identificação com
suas experiências pessoais.
"A platéia se matava de rir.
Nunca vi nada igual em Londres. Perdi algumas piadas,
pois a peça tinha muito sotaque irlandês. Mas comprei
um livro com o texto e fiquei
com a história na cabeça."
O espetáculo de Martin
McDonagh, que até atingir o
sucesso sempre teve suas peças de rádios e roteiros de cinemas rejeitados, também
tocou a história de Xuxa
com sua mãe, Maria Helena
de Souza Dantas Lopes, 77.
"Perdi meu pai aos dez
anos. Era filha única e vi o
amor da minha mãe quadruplicar por mim. Ela sempre foi uma mulher vencedora, ligada ao ramo da moda, e vanguardista, uma vez
que trabalhava em plenos
anos 50", diz Xuxa.
Segundo a atriz, entretanto, sua relação não se degenerou como a de Maurren.
"Eu mudei para São Paulo,
há 13 anos, pela necessidade
de romper e tornar a relação
adulta. Tive dificuldades de
sobrepor minha mãe. Não
tenho o problema da Maurren, mas sei o quanto é estreita a relação mãe e filha. A
ciência do que podia ter me
acontecido e o amor pela
minha mãe me incentivaram a montar a peça."
Segundo Xuxa, a figura
mítica da mãe vai além da
cena. "Basta olhar o cotidiano, quando se diz: pode até
me xingar, mas a mãe não.
Não coloca a mãe no meio
senão..."
(CCP)
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