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GASTRONOMIA
Lançamento acontece hoje, mas produtos só poderão ser encontrados em supermercados a partir do dia 20
Sorvetes Häagen-Dazs chegam ao Brasil
JOSIMAR MELO
especial para a Folha
O nome dos sorvetes Häagen-Dazs, que chegam hoje ao
Brasil, sugere uma viagem ao
branco frio dos países nórdicos.
Foi o que pensaram os fundadores da marca ao batizar esse produto que é na verdade norte-americano -e representa muito mais
o gosto americano que o europeu
em matéria de sorvete.
Hoje é a chegada oficial da marca
ao Brasil, comemorada com uma
festa no clube Portofino Morumbi,
com toda a pompa: bufê de Neka
Menna Barreto, música do DJ Zé
Pedro e um ano já planejado de
ações promocionais.
Se tudo der certo, o Brasil entrará com tudo no mapa de expansão
mundial da rede.
A empresa que originou a cadeia
surgiu na década de 20, quando o
produto ainda era feito em escala
artesanal.
O nome foi criado em 1961 e não
quer dizer nada -a não ser a tentativa de usar uma sonoridade dinamarquesa (parece que sorvetes
daquelas plagas estavam em voga
entre os americanos, na época).
Hoje a empresa vende seus produtos em mais de 50 países. Desde
89 ela pertence à multinacional de
bebidas Grand Metropolitan, sediada na Inglaterra (a mesma dona
de marcas como o whisky J&B e a
vodca Smirnoff).
As características do sorvete
mantiveram-se as mesmas: o uso
de ingredientes naturais (por
exemplo, gema natural e não em
pó; creme de leite fresco, não leite
em pó); absoluta higiene (o que lhe
dá a mesma confiança que os consumidores têm, por exemplo, em
outras redes, como o McDonald's); e nada de conservantes
-aspectos que lhe dão credibilidade no mercado.
Falta de delicadeza
Quanto ao paladar, o principal
apelo da Häagen-Dazs é sua consistência. Os produtores alardeiam
que um litro do sorvete pesa quase
90 por cento a mais do que os outros. Ou seja, não é aerado e muito
mais denso. Para quem quer se esbaldar de doce, é um prato cheio.
Não é o que pensam os franceses
e italianos, donos da arte do sorvete artesanal.
Para os gourmets, o sorvete industrial americano sofre da falta
de delicadeza de paladar e de consistência.
A Häagen-Dazs tem lojas pela
Europa, mas os guias gastronômicos costumam ignorá-las, ou então atacá-las ferozmente.
"Sorvetes entupidos de creme,
açúcar e calorias, que mal deixam
aparecer o gosto das frutas sob o
gosto da manteiga pasteurizada" é
um exemplo do tipo de julgamento merecido pelo produto (nesse
caso, pelo crítico francês Gilles Pudlowski).
A arte do sorvete está em conseguir o máximo de consistência
com o mínimo de gordura, um
equilíbrio mais difícil de obter em
escala industrial.
Em todo caso, entre os americanos a marca faz grande sucesso, e
mesmo entre o público dos demais
países onde está presente.
Só dia 20
No Brasil, a linha toda da empresa será colocada à venda. Entre
eles, os campeões mundiais de
venda -os sabores cookies and
cream (baunilha com cookies de
chocolate), butter pecan (baunilha
com nozes pecan) e macadamia
brittle (baunilha com nozes macadamia crocantes).
Mas, por enquanto, o sorvete
não é encontrado em lugar nenhum. Só partir do dia 20 poderá
ser achado em lojas de conveniência e supermercados -alguns.
Dentro de um ano deverá começar a ter lojas próprias, somando-se à enorme gama de sorveterias Häagen-Dazs: o gosto americano para sorvetes está em 550 lojas espalhadas pelo mundo.
O colunista Marcelo Coelho está em férias.
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