São Paulo, sábado, 08 de outubro de 2005

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CRÍTICA

Concerto arranca "bravos" da platéia

ESPECIAL PARA A FOLHA

O concerto de Marcelo Bratke com Naná Vasconcelos e quarteto Morro da Conceição dificilmente poderia soar mais programático, tratando-se da inauguração de uma sala de espetáculo que quer questionar os limites entre os gêneros musicais.
Com repertório que inclui as "Bachianas Brasileiras nº 4" (Villa-Lobos), "Saudades do Brazil" (Darius Milhaud), valsas, choros e tangos de Ernesto Nazareth e algumas pérolas de vários gêneros de Tom Jobim, o programa traça uma reveladora linha estética entre a música erudita do início do século 20 e a música popular brasileira, tendo como pano de fundo a idéia de brasilidade.
Um dos melhores momentos do concerto está na peça do francês Milhaud, levada ao palco de maneira quase teatral. A iluminação contribui para um sutil contraponto musical entre o pianista e os percussionistas, que surgem e desaparecem em cena. Usando também os pés para extrair sons, Naná e os garotos do Morro da Conceição chegam a desenhar coreografias espontâneas, que arrancaram da contida platéia até alguns gritos de "bravo!".
A imagem dizia tudo. De um lado, estava a sensibilidade e a riqueza harmônica européia; de outro, a vibração e a exuberância rítmica herdada dos ancestrais africanos. Ao final, os dois aparentes opostos se uniram. Uma noite promissora. (CC)


Saudades do Brasil
   
Quando: hoje, às 20h30, no auditório Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, tel. 6846-6000), R$ 30; amanhã, às 11h, no pq. do auditório, grátis


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