São Paulo, Quarta-feira, 08 de Dezembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ANO 2000
Cidade aposta no reconhecimento "econômico" de turistas do continente para aliviar críticas internas
Londres quer ser a capital do milênio

FÁBIO ZANINI
de Londres


Londres pode não ter o charme de Paris nem o simbolismo religioso de Roma, mas, mesmo assim, pretende ser a capital européia da virada do ano 2000.
Para isso, a cidade está engajada em um vasto projeto cultural e arquitetônico que, espera-se, vai atrair mais turistas que suas rivais do continente.
Londres transformou-se em um verdadeiro canteiro de obras. Megaprojetos por toda a cidade estão em ritmo acelerado de finalização, para estarem à disposição das mais de 2 milhões de pessoas esperadas para o réveillon.
Centenas de shows, raves, festas em discotecas, eventos em pubs e celebrações às margens do rio Tâmisa (que corta a cidade) completam o calendário de comemorações.
A atração mais ambiciosa é o Millenium Dome ("Cúpula do Milênio"), projeto futurista que custou o equivalente a R$ 2,3 bilhões, localizado na região do observatório de Greenwich, na margem sul do Tâmisa.
Outras novidades são a reabertura da Royal Opera House, no bairro boêmio de Covent Garden, após uma reforma completa, e a construção da London Eye (Olho de Londres), a maior roda-gigante do mundo.

"Grande cogumelo"
O Dome é um projeto cercado de polêmica, não apenas pelo alto custo da obra, mas também por sua arquitetura fora do normal (que rendeu o nada honroso apelido de "o grande cogumelo") e por suas atrações, motivo de comparação irônica com o Epcot Center, na Flórida (EUA).
Em uma área equivalente a dois campos de futebol, 17 atrações de caráter científico e cultural, combinadas com realidade virtual e tecnologia de última geração, pretendem dar ao visitante a sensação de viajar no tempo, "entrar" no corpo humano de um adulto, embarcar em uma jornada à Lua e até mudar de sexo ou raça.
Menos controversa é a reabertura da Royal Opera House, uma das principais casas de ópera de Londres, que estava fechada desde o ano passado.
A um custo de R$ 600 milhões, o espaço será reinaugurado em grande estilo no dia 4 de dezembro, com show do tenor espanhol Placido Domingo.
Com capacidade para 2.200 espectadores, a Royal, fundada em 1850, sempre foi uma casa frequentada pela elite londrina, devido aos preços salgados, que começavam em 40 libras (R$ 124).
"A partir de agora, os shows serão acessíveis a um número maior de pessoas", disse à Folha um porta-voz da casa.
Para isso, os preços dos ingressos serão reduzidos, com os mais baratos custando 6 libras (cerca de R$ 19).
Mas a novidade mais popular de Londres para o novo milênio deverá ser a London Eye, uma enorme roda-gigante postada na margem sul do Tâmisa, de frente para o Parlamento (onde está o conhecido Big Ben).
São 1.500 toneladas de aço e 135 metros de altura, que vão possibilitar visão em um raio de até 40 quilômetros, em um dia claro. A construção da "super-roda-gigante", patrocinada por empresas privadas, está atrasada, mas os responsáveis pelo projeto garantem que ainda há tempo de inaugurá-la até 31 de dezembro.
A London Eye terá capacidade para acomodar mais de 900 pessoas de uma só vez em suas 32 "cadeiras" -na verdade, enormes cápsulas transparentes com capacidade para 30 pessoas cada uma. Por 30 minutos de passeio, o ingresso vai custar o equivalente a R$ 25.


Texto Anterior: Sundance: América Latina emplaca sete produções em festival dos EUA
Próximo Texto: Concerto: Margarit brilha no Municipal
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.