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Crítica
Henry Fonda dá carga de ódio a filme de Lang
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"A Volta de Frank James"
(Telecine Cult, 19h45) pode ser
visto apenas como a seqüência
do "Jesse James" realizado
imediatamente antes por
Henry Hathaway.
Mas é bem outra coisa, a começar pelo fato de que Jesse
era representado pelo menos
profundo Tyrone Power.
O papel de Frank cabia, desde o primeiro filme, ao ator
Henry Fonda, que se torna protagonista com a morte do irmão e impõe-se como tarefa
principal encontrar o homem
que traíra Jesse e nele atirara
pelas costas.
Frank traz essa carga de ódio
e ressentimento característica
de tantos personagens de Fritz
Lang, o diretor do filme (já parece anunciar, por vezes, "Rancho Notorious", de 1952, portanto 12 anos depois da "Volta"), que os faz oscilar da razão
à desrazão.
Não estamos mais às voltas
com aquele destino alemão, expressionista, metafísico, mas
com a luta cotidiana dos homens, nem por isso menos
grandiosa ou trágica.
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