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Grupo faz mais do mesmo
MARCELO NEGROMONTE
da Redação
Desejando prolongar a magia, a banda californiana Cake
chega ao terceiro álbum, "Prolonging the Magic", sem inovar
em absolutamente nada -exceto na formação de seus integrantes. Pode-se chamar isso
de coerência -os fãs irão fazê-lo-, mas parece ser o caso de
uma banda que achou um nicho quente e confortável e quer
se manter lá a todo custo.
Se o motivo principal de um
novo -novo?- disco é conquistar as rádios, algo vai mal, e
o resultado descamba para o
mediano inevitavelmente.
Primeiro a banda recebeu
atenção com as covers "I Will
Survive", da diva disco Gloria
Gaynour, e "Perhaps, Perhaps,
Perhaps", em 96, com "Fashion
Nugget", até agora um disco de
qualidades interessantes, seja
por certa ironia, pela sonoridade mais abrangente e sofisticada do que em "Prolonging", seja por uma então -agora vê-se, rala- originalidade.
Sonoridade mex-country
com trompetes e algo jocoso é a
fórmula do Cake. Que, coerente com o nome desse álbum,
continua um mero apêndice do
anterior, incluindo design da
capa e contracapa, quase um
gesto de má-fé.
Agora, em "Prolonging the
Magic", não há covers, mas a
equação sonora soa propositalmente velha. Ora, burrice, não?
"Never There", que toca incessantemente nas rádios (ufa,
chegaram lá) -o prolongamento de "Italian Leather Sofa", de "Fashion Nugget"-, se
destaca razoavelmente das outras 12 músicas, que são mínimas variações do mesmo tema.
Não é assim que se conquista
um lugar ao sol na música. Não
é com hábito, rotina, tédio.
˛
Disco: Prolonging the Magic
Banda: Cake
Lançamento: PolyGram
Quanto: R$ 18, em média
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