São Paulo, sábado, 9 de janeiro de 1999

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Grupo faz mais do mesmo

MARCELO NEGROMONTE
da Redação

Desejando prolongar a magia, a banda californiana Cake chega ao terceiro álbum, "Prolonging the Magic", sem inovar em absolutamente nada -exceto na formação de seus integrantes. Pode-se chamar isso de coerência -os fãs irão fazê-lo-, mas parece ser o caso de uma banda que achou um nicho quente e confortável e quer se manter lá a todo custo.
Se o motivo principal de um novo -novo?- disco é conquistar as rádios, algo vai mal, e o resultado descamba para o mediano inevitavelmente.
Primeiro a banda recebeu atenção com as covers "I Will Survive", da diva disco Gloria Gaynour, e "Perhaps, Perhaps, Perhaps", em 96, com "Fashion Nugget", até agora um disco de qualidades interessantes, seja por certa ironia, pela sonoridade mais abrangente e sofisticada do que em "Prolonging", seja por uma então -agora vê-se, rala- originalidade.
Sonoridade mex-country com trompetes e algo jocoso é a fórmula do Cake. Que, coerente com o nome desse álbum, continua um mero apêndice do anterior, incluindo design da capa e contracapa, quase um gesto de má-fé.
Agora, em "Prolonging the Magic", não há covers, mas a equação sonora soa propositalmente velha. Ora, burrice, não?
"Never There", que toca incessantemente nas rádios (ufa, chegaram lá) -o prolongamento de "Italian Leather Sofa", de "Fashion Nugget"-, se destaca razoavelmente das outras 12 músicas, que são mínimas variações do mesmo tema.
Não é assim que se conquista um lugar ao sol na música. Não é com hábito, rotina, tédio.
˛
Disco: Prolonging the Magic
Banda: Cake
Lançamento: PolyGram
Quanto: R$ 18, em média




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