São Paulo, domingo, 09 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FILMES

TV ABERTA

Irmãos Coen revêem comédia clássica

Flubber - Uma Invenção Desmiolada
Globo, 13h05.  

(Flubber). EUA, 1997, 93 min. Direção: Les Mayfield. Com Robin Williams, Marcia Gay Harden, Christopher McDonald, Raymond J. Barry, Clancy Brown. Cientista e aloprado, Williams cria flubber, uma substância energética capaz de fazer coisas e objetos voarem e com a qual pretende salvar sua velha faculdade e sua amada Sarah (Harden) da falência. Mas existe ainda um cientista rival, disposto a roubar o revolucionário invento. Baseado na comédia "O Fantástico Super-Homem", que Robert Stevenson dirigiu em 1961 para Disney.

O Amor Custa Caro
Record, 20h30.    

(Intolerable Cruelty). EUA, 2003, 100 min. Direção: Joel Coen. Com George Clooney, Catherine Zeta-Jones, Edward Herrmann, Billy Bob Thornton, Geoffrey Rush, Paul Adelstein. Zeta-Jones é uma espécie de viúva negra, quer dizer, não mata os ex-maridos, mas os extorque na Justiça. Clooney é um advogado especialista em divórcios que tenta atrapalhar os planos da ambiciosa mulher. Uma situação clássica, bem do tipo que os irmãos Coen (Joel dirige, Ethan produz e escreve) gostam de retrabalhar. Uma comédia simpática.

Leão Branco - O Lutador sem Lei
Globo, 23h35.  

(Lionheart). EUA, 1990, 103 min. Direção: Sheldon Lettich. Com Jean-Claude van Damme, Harrison Page. Ao saber que seu irmão está gravemente ferido em Los Angeles, Van Damme deserta da Legião Estrangeira francesa. Seu primeiro problema, na verdade, será conseguir desertar. O segundo, bem menor, será sobreviver nos Estados Unidos e auxiliar o irmão doente. Para tanto, ele contará com seus dotes invulgares de lutador de rua. Para fãs do gênero e de Van Damme.

Lady Jane
Bandeirantes, 0h.   

(Lady Jane). Inglaterra, 1986, 142 min. Direção: Trevor Nunn. Com Helena Bonham Carter, Cary Elwes, John Wood. Para evitar o caos na Inglaterra, após a morte de Henrique 8, e enquanto seu sucessor agoniza, maquina-se o casamento da jovem Jane Grey com Guilford Dudley. A princípio, os dois são bem hostis um ao outro. Depois, percebem que se amam verdadeiramente. Por fim, a subida ao trono será um tormento para seu amor deles. Drama histórico inglês à moda: competente e acadêmico.

O Espelho Tem Duas Faces
Globo, 1h25.   

(The Mirror Has Two Faces). EUA, 1996, Barbra Streisand, Jeff Bridges, Pierce Brosnan, Elle Macpherson, Mimi Rogers, Lauren Bacall. Desiludido com sexo, professor (Bridges) topa casar com uma professora (Streisand) que julga ser bem desinteressante. Ele também acredita que ela não se interessa por sexo, mas está um tanto enganado. "Remake" de longa-metragem de 1958 do cineasta francês André Cayatte, que não era lá essas coisas, e Barbra não é de melhorá-las tanto assim.

Psicose 3
Globo, 3h35.  

(Psycho 3). EUA, 1986, 90 min. Direção: Anthony Perkins. Com Anthony Perkins, Roberta Maxwell, Lee Garlington, Diana Scarwid, Jeff Fahey, Patience Cleveland. Em seu segundo retorno à pele de Norman Bates, Perkins diz "deixa comigo" e, além de atuar, também assume a direção. É justo, já que Norman dirige o olhar dos que o cercam e os conduz ao erro, como no passado. O melhor seria ter deixado Norman Bates em paz. O filme não acrescenta nada ao personagem. E ainda tira. (IA)

TV PAGA

O cineasta que destruiu a inteligência

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

No cinema é preciso existir uma coisa para que seja possível destruí-la em seguida. Mário Carneiro sustenta que sua geração descobriu que o cinema podia ser uma arte inteligente. Não é absurdo nenhum dizer que o cinema novo inventou a inteligência no cinema brasileiro.
Sendo assim, a geração seguinte teria de buscar um movimento oposto. E Rogério Sganzerla -seu maior representante- tratou logo de destruir a inteligência. Entenda-se, ele não lutou pela burrice. Seu cinema, o de "O Bandido da Luz Vermelha" ou "A Mulher de Todos", buscou reencontrar a arte popular que a nova corrente havia banido.
Não se tratava mais do cinema popular brasileiro, constituído na tradição do artesanato. Rogério era tão intelectual quanto os colegas do cinema novo, mas apoiava-se em Orson Welles e na retórica do cinema americano clássico, tal como revista por Jean-Luc Godard, sobretudo.
Por uma série de razões, algumas de política, a carreira de Sganzerla passou por percalços. Seu talento imenso -só comparável ao de Glauber Rocha, talvez- acabou abafado. Seu pendor para o trabalho com públicos amplos ficou a meio caminho.
Ao mesmo tempo, aumentou cada vez mais a identificação com Orson Welles, gênio maior que teve um destino semelhante ao seu. "O Signo do Caos" (Canal Brasil, 18h30) é um filme que poucos poderão apreciar. É sua última obra-prima de obsessão wellesiana. Na história, um censor e seus asseclas tratam de criticar, mutilar, afogar as imagens feitas por Welles no Brasil, nos anos 40. Quem observar a repetição obsessiva como um outro signo do caos e esquecer da "inteligência" descobrirá, ao menos, um filme de humor tão delicioso quanto amargo. Quem não suportar isso, pode tentar "O Homem que Sabia Demais", um Hitchcock, no mínimo, genial (TCM, 19h55).


Texto Anterior: Astrologia
Próximo Texto: José Simão: Ueba! Lula está só e mal acompanhado!
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.