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FILMES
TV ABERTA
Irmãos Coen revêem comédia clássica
Flubber - Uma Invenção Desmiolada
Globo, 13h05.
(Flubber). EUA, 1997, 93 min. Direção:
Les Mayfield. Com Robin Williams,
Marcia Gay Harden, Christopher
McDonald, Raymond J. Barry, Clancy
Brown. Cientista e aloprado, Williams
cria flubber, uma substância energética
capaz de fazer coisas e objetos voarem e
com a qual pretende salvar sua velha
faculdade e sua amada Sarah (Harden)
da falência. Mas existe ainda um cientista
rival, disposto a roubar o revolucionário
invento. Baseado na comédia "O
Fantástico Super-Homem", que Robert
Stevenson dirigiu em 1961 para Disney.
O Amor Custa Caro
Record, 20h30.
(Intolerable Cruelty). EUA, 2003, 100
min. Direção: Joel Coen. Com George
Clooney, Catherine Zeta-Jones, Edward
Herrmann, Billy Bob Thornton, Geoffrey
Rush, Paul Adelstein. Zeta-Jones é uma
espécie de viúva negra, quer dizer, não
mata os ex-maridos, mas os extorque na
Justiça. Clooney é um advogado
especialista em divórcios que tenta
atrapalhar os planos da ambiciosa
mulher. Uma situação clássica, bem do
tipo que os irmãos Coen (Joel dirige,
Ethan produz e escreve) gostam de
retrabalhar. Uma comédia simpática.
Leão Branco - O Lutador sem Lei
Globo, 23h35.
(Lionheart). EUA, 1990, 103 min. Direção:
Sheldon Lettich. Com Jean-Claude van
Damme, Harrison Page. Ao saber que seu
irmão está gravemente ferido em Los
Angeles, Van Damme deserta da Legião
Estrangeira francesa. Seu primeiro
problema, na verdade, será conseguir
desertar. O segundo, bem menor, será
sobreviver nos Estados Unidos e auxiliar
o irmão doente. Para tanto, ele contará
com seus dotes invulgares de lutador de
rua. Para fãs do gênero e de Van Damme.
Lady Jane
Bandeirantes, 0h.
(Lady Jane). Inglaterra, 1986, 142 min.
Direção: Trevor Nunn. Com Helena
Bonham Carter, Cary Elwes, John Wood.
Para evitar o caos na Inglaterra, após a
morte de Henrique 8, e enquanto seu
sucessor agoniza, maquina-se o
casamento da jovem Jane Grey com
Guilford Dudley. A princípio, os dois são
bem hostis um ao outro. Depois,
percebem que se amam
verdadeiramente. Por fim, a subida ao
trono será um tormento para seu amor
deles. Drama histórico inglês à moda:
competente e acadêmico.
O Espelho Tem Duas Faces
Globo, 1h25.
(The Mirror Has Two Faces). EUA, 1996,
Barbra Streisand, Jeff Bridges, Pierce
Brosnan, Elle Macpherson, Mimi Rogers,
Lauren Bacall. Desiludido com sexo,
professor (Bridges) topa casar com uma
professora (Streisand) que julga ser bem
desinteressante. Ele também acredita
que ela não se interessa por sexo, mas
está um tanto enganado. "Remake" de
longa-metragem de 1958 do cineasta
francês André Cayatte, que não era lá
essas coisas, e Barbra não é de melhorá-las tanto assim.
Psicose 3
Globo, 3h35.
(Psycho 3). EUA, 1986, 90 min. Direção:
Anthony Perkins. Com Anthony Perkins,
Roberta Maxwell, Lee Garlington, Diana
Scarwid, Jeff Fahey, Patience Cleveland.
Em seu segundo retorno à pele de
Norman Bates, Perkins diz "deixa
comigo" e, além de atuar, também
assume a direção. É justo, já que Norman
dirige o olhar dos que o cercam e os
conduz ao erro, como no passado. O
melhor seria ter deixado Norman Bates
em paz. O filme não acrescenta nada ao
personagem. E ainda tira.
(IA)
TV PAGA
O cineasta que destruiu a inteligência
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
No cinema é preciso existir uma
coisa para que seja possível destruí-la em seguida. Mário Carneiro sustenta que sua geração descobriu que o cinema podia ser
uma arte inteligente. Não é absurdo nenhum dizer que o cinema
novo inventou a inteligência no
cinema brasileiro.
Sendo assim, a geração seguinte
teria de buscar um movimento
oposto. E Rogério Sganzerla
-seu maior representante- tratou logo de destruir a inteligência.
Entenda-se, ele não lutou pela
burrice. Seu cinema, o de "O Bandido da Luz Vermelha" ou "A
Mulher de Todos", buscou reencontrar a arte popular que a nova
corrente havia banido.
Não se tratava mais do cinema
popular brasileiro, constituído na
tradição do artesanato. Rogério
era tão intelectual quanto os colegas do cinema novo, mas apoiava-se em Orson Welles e na retórica do cinema americano clássico, tal como revista por Jean-Luc
Godard, sobretudo.
Por uma série de razões, algumas de política, a carreira de
Sganzerla passou por percalços.
Seu talento imenso -só comparável ao de Glauber Rocha, talvez- acabou abafado. Seu pendor para o trabalho com públicos
amplos ficou a meio caminho.
Ao mesmo tempo, aumentou
cada vez mais a identificação com
Orson Welles, gênio maior que teve um destino semelhante ao seu.
"O Signo do Caos" (Canal Brasil,
18h30) é um filme que poucos poderão apreciar. É sua última obra-prima de obsessão wellesiana. Na
história, um censor e seus asseclas
tratam de criticar, mutilar, afogar
as imagens feitas por Welles no
Brasil, nos anos 40. Quem observar a repetição obsessiva como
um outro signo do caos e esquecer da "inteligência" descobrirá,
ao menos, um filme de humor tão
delicioso quanto amargo. Quem
não suportar isso, pode tentar "O
Homem que Sabia Demais", um
Hitchcock, no mínimo, genial
(TCM, 19h55).
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