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TV PAGA
Canais Fox e FX começam a exibir "My Name Is Earl" , a sitcom de humor mais vista na TV norte-americana
Estréia hoje no Brasil seriado cômico que faz sucesso nos EUA
LÚCIO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A LOS ANGELES
Um drama de consciência deu
no mais engraçado e bem-sucedido novo seriado cômico da TV
americana. Estréia hoje no Brasil,
nos canais Fox e FX, às 21h, a sitcom "My Name Is Earl", estrelado
pelo excêntrico ator "não-ator"
Jason Lee, que sempre quis tudo
na vida, menos fazer seriado e,
principalmente, TV.
"Earl" é a história de um escroque jeca dos rincões americanos
que se julga um cara abandonado
pela sorte, até que ganha uma bolada na loteria. No segundo depois de conferir o bilhete e se ver
rico de uma hora para outra, sai
correndo para comemorar e é
atropelado. O bilhete premiado
voa de suas mãos, e ele vai parar,
estropiado, num hospital.
De volta ao normal, resta a Earl,
ex-endinheirado por um minuto,
ver televisão. Até que, ao assistir a
uma discussão sobre carma num
programa desses de entrevistas,
percebe que todo o seu azar é "recompensa" por tudo de ruim que
ele aprontou para os outros.
"O roteiro ficou na mesa da minha casa por vários dias e eu pensando: "Seriado? Televisão? Não é
isso que eu quero para mim, mesmo com um dinheiro que eu nunca tinha visto sendo oferecido. Tenho um certo preconceito com
TV. Nunca dou risada em coisas
tidas como "comédia". Acho até
um negócio meio débil. Mas
quando resolvi ler a história, falei:
"Estou nessa'", disse o ator Jason
Lee em entrevista a um grupo de
jornalistas numa mesa da qual a
Folha participou.
Lee, 35, é ex-skatista profissional que caiu do skate direto no cinema independente, cooptado
pelos heróis indies Kevin Smith
(diretor de "Dogma") e Spike Jonze, que o dirigiu em clipe da banda Sonic Youth. Em "Quase Famosos", de Cameron Crowe, Lee
fez o líder do grupo-problema
Stillwater, a banda-guia do filme.
Mesmo depois com um papel
aqui, outro ali em blockbusters, a
carreira cinematográfica de Jason
Lee não exatamente decolou. Mas
isso não o preocupava. "Encontrava minha alegria no skate."
Aí veio "My Name Is Earl" e a
estréia, nos EUA, em setembro do
ano passado. O primeiro episódio, de cara, foi assistido por 15,2
milhões de pessoas. No terceiro,
virou o programa mais visto das
estréias do canal NBC na temporada, o que garantiu mais 22 episódios pagos. No fim do primeiro
mês, virou a sitcom mais assistida
da TV americana. A segunda temporada está garantida.
Lista de pecados
A sacada do seriado está na eterna cara de "mané-redneck-malandrão" de Lee. Depois que seu
personagem sai do hospital, crente que tudo de ruim que acontece
a ele é por causa de seu longo currículo de malfeitorias, ele escreve
num papel uma lista de coisas erradas que fez a seu pai, na escola,
com as namoradas, com os amigos. E parte para confessá-las e
corrigi-las.
Tipo dizer para o vizinho fortão
e algo desequilibrado que os anos
que passou na cadeia foram por
causa de um crime que ele, Earl,
havia cometido. E tentar ajudar o
sujeito de alguma forma. "Não tenho uma lista pessoal de pecados", disse Jason Lee. "Mas mentalmente tenho uma lista de coisas
que ele precisa fazer por seu filho
de 2 anos. O que eu preciso fazer
por ele e o que quero mostrar ao
menino", afirmou. Voltando à
aversão a trabalhar na TV, Lee fala: "Sempre achei, e agora vejo
que é verdade, que em televisão se
trabalha muito. Fora que ficar fazendo o mesmo papel durante
muito tempo não me atrai. Para
aliviar a rotina, estou desenvolvendo e dirigindo um curta".
"My Name Is Earl" tem hoje exibição simultânea nos canais Fox e
FX. A partir do segundo episódio,
será mostrado apenas no FX, o canal masculino da Fox.
O jornalista Lúcio Ribeiro viajou a convite da Fox
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