São Paulo, quinta, 9 de abril de 1998

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CINEMA ESTRÉIA
Aliens ressucitam e Weaver é um deles

Divulgação
A atriz Sigourney Weaver, em cena de "Alien - A Ressurreição", quarto filme da série, que estréia hoje


ANDY SEILER
do "USA Today"

Com um pé nas cinematecas e outro nos cinemas de shoppings, a esguia Sigorney Weaver, 48, continua em alta.
"Sim, estou em dois mundos diferentes, diz Weaver. "Acabei de fazer um jaguar e um wasp (sigla em inglês para branco, anglo-saxão e protestante)."
O jaguar é a tenente Ripley em "Alien - A Ressurreição", quarto episódio da série sombria e amedrontadora (que estréia hoje em São Paulo). Essa cantata de claustrofobia é um dos favoritos para arregimentar filas nos cinemas neste feriado.
Em exibição nos EUA, Weaver desempenha o wasp, como uma dona de casa namoradeira (Janey), em "Ice Storm", um exame de disfunções familiares, de orçamento modesto, que é tão introspectivo e silencioso quanto "Alien - A Ressurreição" é expansivo e bombástico.
"Na verdade, não consigo pensar em mais de duas experiências diferentes, e, de certa maneira, todo filme é basicamente o mesmo", diz Weaver. "Agora, Ripley é muito mais animal que humana. Ela é a anti-Ripley."
Pelo papel em "Alien - A Ressurreição", Weaver levou US$ 11 milhões, "cerca da metade do que os atores ganham", diz a atriz.
Weaver, que nasceu em uma família rica, diz que o cachê foi "apenas um detalhe" para aceitar o papel, se não tivesse adorado o roteiro. Ela tinha jurado que não enfrentaria mais nenhum alienígena, depois do suicídio de Ripley em "Alien 3". "Eu fiquei muito feliz por ter morrido, achei que tinha tomado a decisão certa."
Pela sequência embaixo d'água, neste "Alien", com a atriz Winona Ryder, cujas filmagens duraram 23 dias, Weaver afirma que mereceu cada centavo do cachê. Ryder chegou a dizer que foi a pior experiência de sua vida.
"Eu li o roteiro, mas você acha que percebi a gravidade de nadar naquele túnel escuro sem saída? Claro que não! Eu tenho claustrofobia, e essa foi a coisa mais terrível que já me ocorreu."
Weaver se recorda bem do conselho do seu pai, Sylvester Weaver, ex-presidente da rede NBC, que dizia para ela só aceitar roteiros que se passam na Riviera francesa e fugir dos que se passam em locais desagradáveis.
"Estou esperando até hoje o roteiro da Riviera", ri Weaver. "Em compensação, estou acostumada com gosmas. Conheço todos os tipos, nomes e onde achá-las."
"Alien - A Ressurreição" traz a tenente Ripley metade humana, metade alien, resultado de um clone malfeito por cientistas sem escrúpulos daqui a dois séculos. A boa notícia é que ela agora tem super-reflexos humanos.
A atriz fala pouco neste filme, dirigido pelo francês Jean-Pierre Jeunet, que não fala inglês. Na maior parte de sua atuação, ela usa seu rosto expressivo e seu corpo de 1,80 metro.
Ela também faz uma ardente cena de amor com um alienígena monstruoso, seu filho. "Não quis impor costumes humanos em outras espécies. Se eu não sou humana, talvez tudo aquilo tenha caráter maternal, embora seja claramente sexual", explica a atriz.



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