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São Paulo, sexta-feira, 09 de maio de 2003

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MÚSICA/JAZZ

New Orleans abrigará novos festivais

CARLOS CALADO
ENVIADO ESPECIAL A NOVA ORLEANS

O maior e mais eclético festival de jazz dos EUA pagou o preço do medo instaurado pela guerra. Encerrado no dia 3/5, o 34º New Orleans Jazz & Heritage atraiu cerca de 450 mil espectadores, segundo os organizadores. Em 2002, foram 501 mil.
Mas a Prefeitura de Nova Orleans se diz decidida a continuar explorando o potencial de sua música. Depois de lançar o Mo Fest, o Escritório de Desenvolvimento Econômico da cidade já anuncia eventos para 2004.
"Apesar de o Jazz & Heritage Festival se realizar aqui há tanto tempo, esta foi a primeira vez que a administração da cidade o patrocinou. Já estamos trabalhando em projetos de um festival de gospel, um de música clássica e um de rock, além de um grande festival de artes", disse à Folha Scott Aiges, diretor do setor de desenvolvimento da indústria musical na prefeitura.
O público de São Paulo terá em novembro a chance de apreciar várias atrações do festival. Para festejar os dez anos do Bourbon Street Music Club, seus produtores estão na cidade contratando atrações. Até o dia 4/5, já estavam confirmados os nomes de Kermit Ruffins, Dirty Dozen Brass Band e Marva Wright.
Depois da extensa homenagem que recebeu durante o festival em 2000, a música brasileira parece ter sido adotada de vez por Nova Orleans. Mesmo que o único artista brasileiro escalado tenha sido Riccardo Crespo, cantor e violonista gaúcho radicado na cidade, a música do Brasil frequentou o repertório de vários jazzistas.
Não faltaram boas surpresas, como o pianista local Tom McDermott, que misturou choros de Pixinguinha e Ernesto Nazareth com o jazz de Duke Ellington e música do Haiti. Inusitada também foi a versão do samba "É", de Gonzaguinha, pela cantora Leah Chase. Outra que reverenciou o Brasil foi a delicada Randy Crawford, que lembrou a bossa "Rio de Janeiro Blue". Já o trompetista Terence Blanchard escolheu "Nocturne", de Ivan Lins.
Também um assumido fã da música brasileira, o veterano flautista Herbie Mann protagonizou a cena mais dramática do festival. Sentado no palco com um balão de oxigênio, o jazzista mostrou-se decidido a enfrentar também no palco sua luta contra o câncer.


O jornalista Carlos Calado viajou a convite do New Orleans Metropolitan Convention and Visitors Bureau e da American Airlines


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