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MÚSICA/JAZZ
New Orleans abrigará novos festivais
CARLOS CALADO
ENVIADO ESPECIAL A NOVA ORLEANS
O maior e mais eclético festival de jazz dos EUA pagou o
preço do medo instaurado pela
guerra. Encerrado no dia 3/5, o
34º New Orleans Jazz & Heritage
atraiu cerca de 450 mil espectadores, segundo os organizadores.
Em 2002, foram 501 mil.
Mas a Prefeitura de Nova Orleans se diz decidida a continuar
explorando o potencial de sua
música. Depois de lançar o Mo
Fest, o Escritório de Desenvolvimento Econômico da cidade já
anuncia eventos para 2004.
"Apesar de o Jazz & Heritage
Festival se realizar aqui há tanto
tempo, esta foi a primeira vez que
a administração da cidade o patrocinou. Já estamos trabalhando
em projetos de um festival de gospel, um de música clássica e um
de rock, além de um grande festival de artes", disse à Folha Scott
Aiges, diretor do setor de desenvolvimento da indústria musical
na prefeitura.
O público de São Paulo terá em
novembro a chance de apreciar
várias atrações do festival. Para
festejar os dez anos do Bourbon
Street Music Club, seus produtores estão na cidade contratando
atrações. Até o dia 4/5, já estavam
confirmados os nomes de Kermit
Ruffins, Dirty Dozen Brass Band e
Marva Wright.
Depois da extensa homenagem
que recebeu durante o festival em
2000, a música brasileira parece
ter sido adotada de vez por Nova
Orleans. Mesmo que o único artista brasileiro escalado tenha sido Riccardo Crespo, cantor e violonista gaúcho radicado na cidade, a música do Brasil frequentou
o repertório de vários jazzistas.
Não faltaram boas surpresas,
como o pianista local Tom
McDermott, que misturou choros
de Pixinguinha e Ernesto Nazareth com o jazz de Duke Ellington
e música do Haiti. Inusitada também foi a versão do samba "É", de
Gonzaguinha, pela cantora Leah
Chase. Outra que reverenciou o
Brasil foi a delicada Randy Crawford, que lembrou a bossa "Rio de
Janeiro Blue". Já o trompetista Terence Blanchard escolheu "Nocturne", de Ivan Lins.
Também um assumido fã da
música brasileira, o veterano flautista Herbie Mann protagonizou a
cena mais dramática do festival.
Sentado no palco com um balão
de oxigênio, o jazzista mostrou-se
decidido a enfrentar também no
palco sua luta contra o câncer.
O jornalista Carlos Calado viajou a convite do New Orleans Metropolitan Convention and Visitors Bureau e da American Airlines
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