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2ª FLIP
Biblioteca Nacional dará US$ 3.000 para editoras estrangeiras que publicarem os 34 títulos dos escritores brasileiros escolhidos
Sai lista do Programa de Apoio à Tradução
CASSIANO ELEK MACHADO
ENVIADO ESPECIAL A PARATI
A balança comercial literária
brasileira teve um dia agitado ontem, em Parati. No pátio da casa
de dom João de Orleans e Bragança, o "crème de la crème" da Flip
foi apresentado à nova edição do
Programa de Apoio à Tradução,
da Fundação Biblioteca Nacional.
O presidente da instituição, Pedro Corrêa do Lago, anunciou o
cardápio de títulos que terão sua
publicação no exterior incentivada pelo órgão governamental. São
34 livros escolhidos. Escritores,
agentes literários, editores de
grande projeção e outros tantos
receberam volumes com trechos
de cada um dos títulos escolhidos.
A seleção inclui desde autores
clássicos, como Lima Barreto, até
autores jovens, como Adriana
Lisboa (leia quadro ao lado). Foram feitas edições dos livros em
inglês, francês e em espanhol. Os
volumes, com 1.500 exemplares
cada, serão distribuídos em eventos como a Feira de Porto Alegre e
a Bienal do Rio do ano que vem.
A escolha foi feita por uma comissão da qual fizeram parte críticos, como Luís Costa Lima, Arthur Nestrovski, Silviano Santiago, Flora Sussekind e Bella Jozef, o
editor Wander Soares, o presidente da Academia Brasileira de
Letras, Ivan Junqueira, o bibliófilo
José Mindlin e Luciano Trigo, da
Biblioteca Nacional.
"Esse grupo escolheu uma lista
de títulos que todos achamos que
devem ser publicados no exterior;
a idéia não era criar um panteão
literário", diz Corrêa do Lago. O
"estímulo" da BN é um cheque de
US$ 3.000 ao editor estrangeiro
que se dispuser a publicar uma
das obras da lista ou outra que receba a chancela do conselho.
O anúncio da ampliação do
Programa de Apoio à Tradução,
que já existia há cinco anos, causou polêmica nas semanas que
antecederam a Flip. É que a Biblioteca investiu R$ 36 mil no projeto e na apresentação dele em Parati, o que incluiu a "importação"
de 16 personalidades do universo
do livro da França e da Espanha.
"Fui atacado como se tivesse pegando uma carona na Flip. Estou
mesmo", diz Corrêa do Lago.
"Nunca um evento reuniu no Brasil tantos estrangeiros importantes da área. Precisamos aproveitar
para divulgar a nossa literatura. E
não como se fazia antes, batendo
nas portas lá no exterior."
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