|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA
Cantora Maria Bethânia é a grande vencedora da noite, com o disco "Brasileirinho" e o selo aberto dentro da Biscoito Fino
Prêmio Tim dá espaço a independentes
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
Tido como um prêmio que distribui fatias para as grandes gravadoras, o Tim (ex-Sharp) direcionou neste ano boa parte de
seus 36 troféus -e dos R$ 220
mil- para os selos ditos independentes. Embora ausente do Municipal do Rio na quarta, a rainha da
noite foi uma dissidente das multinacionais: Maria Bethânia.
Ela ficou com os prêmios de
Melhor Cantora e Melhor Disco
de MPB graças a "Brasileirinho",
projeto nada comercial com que
lançou o Quitanda, selo aberto
dentro da gravadora (independente, mas cada vez maior) Biscoito Fino. O CD ainda foi o Melhor Projeto Visual (de Gringo
Cardia). E o primeiro disco de
Dona Edith do Prato, 88, baiana
acolhida pelo Quitanda, foi escolhido o Melhor Regional.
"De todos os meus trabalhos,
este é o que saiu mais do fundo de
minha alma", agradeceu Maria
Bethânia em vídeo.
Para completar a festa da empresa, a Biscoito Fino ainda levou
os prêmios de disco Instrumental
("Cenas Brasileiras", de Wagner
Tiso e Orquestra Pró Música) e
Infantil ("Samba para Crianças").
A Lumiar, do produtor Almir
Chediak, assassinado em 2003,
ganhou na categoria Projeto Especial pelo "Songbook João Bosco" e viu seu "Emílio Santiago Encontra João Donato" garantir troféus aos dois artistas: Melhor
Cantor de MPB e Melhor Arranjador. Outro artista já morto foi
lembrado em Canção Popular:
melhor disco para "Noite Ilustrada Canta Lupicinio Rodrigues".
O arrasa-quarteirão das independentes abrangeu desde veteranos como Cauby Peixoto
-Melhor Cantor e Melhor Dupla
(Selma Reis) de Canção Popular- e Elza Soares, a Melhor Cantora de Pop/Rock, até novos como o Pagode Jazz Sardinha's Club
(Grupo Instrumental) e Yamandú Costa (Solista Instrumental).
No samba, o independente Monarco levou o Melhor Disco, e o
mainstream Zeca Pagodinho,
Melhor Cantor.
Entre os jovens de sucesso, Maria Rita levou Revelação e cantora
pelo voto popular, mas foi Marcelo D2 quem arrastou as fichas:
Melhor Canção, Disco Pop/Rock
e cantor pelo voto popular. "Essa
aproximação entre samba e rap é
o que eu quero continuar fazendo", comemorou ele.
O roteiro confuso, o excesso de
elogios e algumas interpretações
(como a de Felipe Dylon) atrapalharam a homenagem a Lulu Santos -que ainda ganhou o prêmio
de Cantor Pop/Rock. Mas a belíssima versão de Lenine e Cristina
Braga para "Certas Coisas" e as
três músicas defendidas por Lulu
salvaram a pátria.
Texto Anterior: Fernanda Abreu abre estúdio e selo Próximo Texto: Lançamentos: Azul Invisível Vermelho Cruel Índice
|