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Paulínia celebra "cinema de sucesso"
Festival de cinema em cidade paulista começa hoje, com obras inéditas de estreantes e veteranos
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
Com a exibição de gala de
"À Deriva", de Heitor
Dhalia, o 2º Festival
Paulínia de Cinema começa hoje com o objetivo explícito de
consolidar essa cidade paulista
como um dos principais polos
cinematográficos do Brasil.
Entre os filmes que participam da competição, todos inéditos, estão obras de estreantes
em longa-metragem, como Ana
Luiza Azevedo ("Antes que o
Mundo Acabe") e Eduardo Valente ("No Meu Lugar"), e de
veteranos como José Joffily
("Olhos Azuis"), além dos novos trabalhos de Roberto Moreira ("Quanto Dura o Amor?"),
Moacyr Goes ("Destino") e
Luiz Villaça ("O Contador de
Histórias").
A competição dos documentários é dominada pelos retratos de grandes figuras da cultura brasileira: "Só Dez por Cento
É Mentira", de Pedro Cesar, sobre o poeta Manoel de Barros;
"Caro Francis", de Nelson Hoineff, sobre Paulo Francis; "Mamonas, o Doc", de Claudio
Kahns, sobre os Mamonas Assassinas; e "Herbert de Perto",
de Roberto Berliner e Pedro
Bronz, sobre Herbert Vianna.
Há ainda os novos documentários de dois habituais ganhadores de prêmios da categoria:
"Moscou", de Eduardo Coutinho, e "Sentido à Flor da Pele",
de Evaldo Mocarzel.
Num país com dezenas de
festivais de cinema, Paulínia é
até hoje mais conhecida como
polo petroquímico, mas investe
pesado para destacar o seu.
Segundo o diretor do evento,
Ivan Melo, a prefeitura despejou R$ 5 milhões nesta segunda
edição do festival.
Desse total, R$ 650 mil se
destinam aos prêmios. O melhor longa de ficção, por exemplo, fatura R$ 60 mil; o melhor
documentário, R$ 35 mil.
Ainda segundo Melo, 500
pessoas trabalham diretamente no evento, que inclui exibições de filmes nos bairros, oficinas de cinema e seminários
com distribuidores, exibidores
e diretores.
Curiosamente, Paulínia, cidade de 81 mil habitantes localizada a 120 km de São Paulo,
não conta com nenhuma sala
comercial de cinema.
"Mas o município, colado em
Campinas, está numa das regiões mais bem servidas de cinema do país", ressalva o diretor do festival.
Mesmo assim, na mostra paralela oferecida às populações
dos bairros, serão exibidos apenas sucessos da Globo Filmes,
como "Ó Pai, Ó" e "Se Eu Fosse
Você". "É a chance que o público da região que perdeu esses
filmes nas salas de cinema tem
de assisti-los gratuitamente",
justifica Melo.
Coerentemente com a ideia
de celebrar os filmes de sucesso, o grande homenageado desta edição do evento é o diretor
Daniel Filho, cujo novo longa,
"Tempos de Paz", encerra o festival no dia 16.
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