São Paulo, quinta-feira, 09 de julho de 2009

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Paulínia celebra "cinema de sucesso"

Festival de cinema em cidade paulista começa hoje, com obras inéditas de estreantes e veteranos

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

Com a exibição de gala de "À Deriva", de Heitor Dhalia, o 2º Festival Paulínia de Cinema começa hoje com o objetivo explícito de consolidar essa cidade paulista como um dos principais polos cinematográficos do Brasil.
Entre os filmes que participam da competição, todos inéditos, estão obras de estreantes em longa-metragem, como Ana Luiza Azevedo ("Antes que o Mundo Acabe") e Eduardo Valente ("No Meu Lugar"), e de veteranos como José Joffily ("Olhos Azuis"), além dos novos trabalhos de Roberto Moreira ("Quanto Dura o Amor?"), Moacyr Goes ("Destino") e Luiz Villaça ("O Contador de Histórias").
A competição dos documentários é dominada pelos retratos de grandes figuras da cultura brasileira: "Só Dez por Cento É Mentira", de Pedro Cesar, sobre o poeta Manoel de Barros; "Caro Francis", de Nelson Hoineff, sobre Paulo Francis; "Mamonas, o Doc", de Claudio Kahns, sobre os Mamonas Assassinas; e "Herbert de Perto", de Roberto Berliner e Pedro Bronz, sobre Herbert Vianna.
Há ainda os novos documentários de dois habituais ganhadores de prêmios da categoria: "Moscou", de Eduardo Coutinho, e "Sentido à Flor da Pele", de Evaldo Mocarzel.
Num país com dezenas de festivais de cinema, Paulínia é até hoje mais conhecida como polo petroquímico, mas investe pesado para destacar o seu.
Segundo o diretor do evento, Ivan Melo, a prefeitura despejou R$ 5 milhões nesta segunda edição do festival.
Desse total, R$ 650 mil se destinam aos prêmios. O melhor longa de ficção, por exemplo, fatura R$ 60 mil; o melhor documentário, R$ 35 mil.
Ainda segundo Melo, 500 pessoas trabalham diretamente no evento, que inclui exibições de filmes nos bairros, oficinas de cinema e seminários com distribuidores, exibidores e diretores.
Curiosamente, Paulínia, cidade de 81 mil habitantes localizada a 120 km de São Paulo, não conta com nenhuma sala comercial de cinema.
"Mas o município, colado em Campinas, está numa das regiões mais bem servidas de cinema do país", ressalva o diretor do festival.
Mesmo assim, na mostra paralela oferecida às populações dos bairros, serão exibidos apenas sucessos da Globo Filmes, como "Ó Pai, Ó" e "Se Eu Fosse Você". "É a chance que o público da região que perdeu esses filmes nas salas de cinema tem de assisti-los gratuitamente", justifica Melo.
Coerentemente com a ideia de celebrar os filmes de sucesso, o grande homenageado desta edição do evento é o diretor Daniel Filho, cujo novo longa, "Tempos de Paz", encerra o festival no dia 16.


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