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A TRILHA
Will Smith continua bufão
da Redação
Will Smith é um troço indefinido. Não é ator, não é cantor (nem
rapper), mas agrada à média em
longas e álbuns. Fez filmes em que
os efeitos especiais eram tão estrondosos quanto o seu sucesso e
vendeu zilhões de cópias de CDs
que tinham as iniciais WS neles.
Ou seja, é, como se diz em inglês,
um "entertainer", um animador
-bufão, em bom português.
Na trilha de "As Loucas Aventuras de James West", Smith abdica
de suas raízes rappers (a mesma
que, digamos, Gabriel o Pensador
deve ter) e faz algo minimamente
decente, honesto que seja -fato
por si só curioso porque inédito.
Em "Wild Wild West", Smith,
em parceria com Kool Dee Moe e
Dru Hill, faz típica música para
clipe -quando deveria ser o inverso-, suingada (há samples "I
Wish", de Stevie Wonder), dançante, "para cima", boa propaganda para o filme. Só.
Com latinos nos topos das paradas norte-americanas (e com Salma Hayek no elenco), melhor incluir "Bailamos", com Enrique
Iglesias, que canta perigosamente
cada vez mais parecido com o seu
pai. Não é nem "wild", nem
"west", é oca. Mas, coragem, um
CD com quatro versões de "Bailamos" vem de brinde com a trilha.
Nem com 64 versões...
De resto, apenas "Bad Guys Always Die", com o mentalmente
danificado Eminem e o megaprodutor Dr. Dre, traz algum sopro
de lembrança que tal película se
passa num oeste não tão velho
quanto os "spagghetti western",
unha e carne com o "trilheiro"
Ennio Morricone.
E uma saraivada de R&B, como
Tatyana Ali, Neutral, Guy, Breeze
etc. etc. etc., preenchem as 12 faixas restantes.
(MARCELO NEGROMONTE)
Avaliação:
Disco: As Loucas Aventuras de James
West
Lançamento: Universal
Quanto: R$ 18, em média
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