São Paulo, segunda-feira, 09 de agosto de 2004

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MÚSICA

Vítima de um golpe aplicado pela ex-empresária, Misstress Barbara faz set amanhã em SP no clube Manga Rosa

Após desfalque, DJ italiana toca em SP

THIAGO NEY
DA REDAÇÃO

Para Misstress Barbara, DJ italiana de tecno que toca amanhã em São Paulo, no Manga Rosa, dentro do JDDJ Station (e também está escalada para o Brasília Music Festival, em setembro), 2004 -pelo menos da metade dele- será um ano para esquecer.
Em fevereiro, ela foi vítima de um dos maiores escândalos recentes da dance music: sua ex-empresária teria dado um golpe de US$ 45 mil nela e em produtores de eventos nos EUA, na Ásia e na Oceania. E sumiu.
O caso: Helene Mollison, a empresária, era a responsável por acertar as datas das apresentações de Barbara e seus cachês. Mas, segundo a DJ, Mollison pegou o dinheiro adiantado pago por alguns produtores de eventos e desapareceu. Bárbara só soube do golpe quando começou a receber ligações desses produtores confirmando sua aparição nos eventos.
"Isso me afetou bastante. Helene me roubou muito dinheiro. Eu não sabia, pois viajava para tocar pelo mundo, por três meses, e o dinheiro normalmente era enviado para ela. Então imagine como foi quando voltei para casa sem o dinheiro por aqueles meses e ainda recebendo ligações de gente do mundo inteiro que já havia pago cachês...", diz a DJ em entrevista à Folha.
Nascida na Sicília, Barbara Bonfiglio, a Misstress Barbara, então passou a administrar sua carreira (www.iturnem.com) com duas pessoas na cidade onde mora, Montreal (Canadá).
Barbara já passou por aqui, em 1999, e, em diversas entrevistas no exterior, quando perguntada sobre os melhores clubes em que já tocou, sempre cita o paulistano A Lôca. "Foi incrível, era o dia de meu aniversário. As pessoas dançavam, tiravam a camisa, gritavam. Me senti como num filme."
DJ de repertório de tecno puro, Barbara às vezes se apresenta como Barbara Brown, para tocar house music. "Se tocasse house com meu nome, as pessoas poderiam ficar chateadas, confusas. E, como Barbara Brown, pretendo fazer coisas mais comerciais, gostaria de remixar gente como George Michael e Madonna."
Além de talentosa, Barbara é bonita e carismática. Ela critica certo "machismo" nas pistas de dança. "Hoje as pessoas me conhecem, sabem como eu sou, mas antes costumava acontecer coisas desagradáveis, como homens que me perguntavam se eu realmente iria conseguir tocar, se iria tocar tão pesado quando os outros DJs... Isso me irritava. E o que me deixa mais triste é que acontecia apenas nos países latinos, em que os homens se acham "machos" e as mulheres supostamente não sabem fazer nada além de cozinhar".


MISSTRESS BARBARA. Onde: Manga Rosa (r. Guararapes, 1.754, SP, tel. 0/xx/ 11/5506-1990). Quando: amanhã, às 24h. Quanto: de R$ 30 a R$ 50.


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