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MÚSICA
Vítima de um golpe aplicado pela ex-empresária, Misstress Barbara faz set amanhã em SP no clube Manga Rosa
Após desfalque, DJ italiana toca em SP
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
Para Misstress Barbara, DJ italiana de tecno que toca amanhã
em São Paulo, no Manga Rosa,
dentro do JDDJ Station (e também está escalada para o Brasília
Music Festival, em setembro),
2004 -pelo menos da metade dele- será um ano para esquecer.
Em fevereiro, ela foi vítima de
um dos maiores escândalos recentes da dance music: sua ex-empresária teria dado um golpe
de US$ 45 mil nela e em produtores de eventos nos EUA, na Ásia e
na Oceania. E sumiu.
O caso: Helene Mollison, a empresária, era a responsável por
acertar as datas das apresentações
de Barbara e seus cachês. Mas, segundo a DJ, Mollison pegou o dinheiro adiantado pago por alguns
produtores de eventos e desapareceu. Bárbara só soube do golpe
quando começou a receber ligações desses produtores confirmando sua aparição nos eventos.
"Isso me afetou bastante. Helene me roubou muito dinheiro. Eu
não sabia, pois viajava para tocar
pelo mundo, por três meses, e o
dinheiro normalmente era enviado para ela. Então imagine como
foi quando voltei para casa sem o
dinheiro por aqueles meses e ainda recebendo ligações de gente do
mundo inteiro que já havia pago
cachês...", diz a DJ em entrevista à
Folha.
Nascida na Sicília, Barbara Bonfiglio, a Misstress Barbara, então
passou a administrar sua carreira
(www.iturnem.com) com duas
pessoas na cidade onde mora,
Montreal (Canadá).
Barbara já passou por aqui, em
1999, e, em diversas entrevistas no
exterior, quando perguntada sobre os melhores clubes em que já
tocou, sempre cita o paulistano A
Lôca. "Foi incrível, era o dia de
meu aniversário. As pessoas dançavam, tiravam a camisa, gritavam. Me senti como num filme."
DJ de repertório de tecno puro,
Barbara às vezes se apresenta como Barbara Brown, para tocar
house music. "Se tocasse house
com meu nome, as pessoas poderiam ficar chateadas, confusas. E,
como Barbara Brown, pretendo
fazer coisas mais comerciais, gostaria de remixar gente como
George Michael e Madonna."
Além de talentosa, Barbara é
bonita e carismática. Ela critica
certo "machismo" nas pistas de
dança. "Hoje as pessoas me conhecem, sabem como eu sou, mas
antes costumava acontecer coisas
desagradáveis, como homens que
me perguntavam se eu realmente
iria conseguir tocar, se iria tocar
tão pesado quando os outros
DJs... Isso me irritava. E o que me
deixa mais triste é que acontecia
apenas nos países latinos, em que
os homens se acham "machos" e as
mulheres supostamente não sabem fazer nada além de cozinhar".
MISSTRESS BARBARA. Onde: Manga
Rosa (r. Guararapes, 1.754, SP, tel. 0/xx/
11/5506-1990). Quando: amanhã, às
24h. Quanto: de R$ 30 a R$ 50.
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