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CDTECA
Série de clássicos da Folha traz sinfonias do austríaco e concertos do polonês
Mozart e Chopin abrem
a coleção neste domingo
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O melhor da música sinfônica
de Mozart e concertos para piano
e orquestra de Chopin são o conteúdo dos dois primeiros volumes
da Coleção Folha de Música Clássica, que chegam às bancas juntos, sempre na interpretação de
uma das orquestras mais tradicionais do Reino Unido, a Royal Philharmonic Orchestra.
No primeiro volume da coleção,
a orquestra executa, sob a batuta
de Jane Glover, a abertura de uma
das óperas mais conhecidas de
Mozart, "As Bodas de Fígaro",
com libreto de Lorenzo da Ponte,
baseado na peça teatral de Beaumarchais; e as duas derradeiras
sinfonias do compositor austríaco, as n. 40 e n. 41, criadas quando
seu domínio da escrita orquestral
encontrava-se na plenitude.
Menino-prodígio, precocemente morto aos 35, Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) escreveu
ambas as sinfonias no verão de
1788. Na tonalidade de sol menor,
a "Sinfonia n. 40" foi uma das
mais estudadas e controversas
obras mozartianas: no século 19,
Robert Schumann viu nela uma
manifestação de "graça helênica",
enquanto Charles Rosen, mais recentemente, em oposição, qualificou-a como "uma das expressões
supremas de sofrimento e terror
em Mozart".
Já a sinfonia subseqüente, em
dó maior, recebeu o apelido de
"Júpiter" dado possivelmente pelo empresário de concertos alemão radicado em Londres Johann Peter Salomon. No mundo
germânico, ela chegou a ser conhecida como "Sinfonia com fuga-final", devido à celebração da
polifonia (a sobreposição simultânea de várias linhas melódicas)
que ocorre em seu grandioso movimento final.
Enquanto o volume 1 aborda a
elegância do classicismo vienense, no segundo testemunhamos a
fase inicial do romantismo. Polonês posteriormente radicado na
França, Frédéric Chopin (1810-1849) escreveu dois concertos para piano e orquestra no período
entre seus exames finais no conservatório (1829) e a partida definitiva de Varsóvia (1830).
Chopin criou ambos os concertos para interpretá-los ele mesmo
ao teclado. Em sua época, foi considerado um dos maiores pianistas em atividade, de um talento
comparável ao de seu contemporâneo, amigo e rival Franz Liszt
(1811-1886). Liszt, por sinal, teve
como aluno de piano o português
José Vianna da Mota (1868-1948),
que, por sua vez, tomou como
discípulo o também luso Sequeira
Costa. É ele justamente o pianista
que executa ambos os concertos
no volume 2.
A regência da Royal Philharmonic Orchestra, neste caso, fica a
cargo de Gilbert Varga. Nascido
em Londres, atuou como convidado à frente de algumas das mais
destacadas orquestras européias,
como a Orquestra de Paris.
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