São Paulo, sexta-feira, 09 de setembro de 2005

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CDTECA

Série de clássicos da Folha traz sinfonias do austríaco e concertos do polonês

Mozart e Chopin abrem a coleção neste domingo

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O melhor da música sinfônica de Mozart e concertos para piano e orquestra de Chopin são o conteúdo dos dois primeiros volumes da Coleção Folha de Música Clássica, que chegam às bancas juntos, sempre na interpretação de uma das orquestras mais tradicionais do Reino Unido, a Royal Philharmonic Orchestra.
No primeiro volume da coleção, a orquestra executa, sob a batuta de Jane Glover, a abertura de uma das óperas mais conhecidas de Mozart, "As Bodas de Fígaro", com libreto de Lorenzo da Ponte, baseado na peça teatral de Beaumarchais; e as duas derradeiras sinfonias do compositor austríaco, as n. 40 e n. 41, criadas quando seu domínio da escrita orquestral encontrava-se na plenitude.
Menino-prodígio, precocemente morto aos 35, Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) escreveu ambas as sinfonias no verão de 1788. Na tonalidade de sol menor, a "Sinfonia n. 40" foi uma das mais estudadas e controversas obras mozartianas: no século 19, Robert Schumann viu nela uma manifestação de "graça helênica", enquanto Charles Rosen, mais recentemente, em oposição, qualificou-a como "uma das expressões supremas de sofrimento e terror em Mozart".
Já a sinfonia subseqüente, em dó maior, recebeu o apelido de "Júpiter" dado possivelmente pelo empresário de concertos alemão radicado em Londres Johann Peter Salomon. No mundo germânico, ela chegou a ser conhecida como "Sinfonia com fuga-final", devido à celebração da polifonia (a sobreposição simultânea de várias linhas melódicas) que ocorre em seu grandioso movimento final.
Enquanto o volume 1 aborda a elegância do classicismo vienense, no segundo testemunhamos a fase inicial do romantismo. Polonês posteriormente radicado na França, Frédéric Chopin (1810-1849) escreveu dois concertos para piano e orquestra no período entre seus exames finais no conservatório (1829) e a partida definitiva de Varsóvia (1830).
Chopin criou ambos os concertos para interpretá-los ele mesmo ao teclado. Em sua época, foi considerado um dos maiores pianistas em atividade, de um talento comparável ao de seu contemporâneo, amigo e rival Franz Liszt (1811-1886). Liszt, por sinal, teve como aluno de piano o português José Vianna da Mota (1868-1948), que, por sua vez, tomou como discípulo o também luso Sequeira Costa. É ele justamente o pianista que executa ambos os concertos no volume 2.
A regência da Royal Philharmonic Orchestra, neste caso, fica a cargo de Gilbert Varga. Nascido em Londres, atuou como convidado à frente de algumas das mais destacadas orquestras européias, como a Orquestra de Paris.


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