São Paulo, Quinta-feira, 09 de Setembro de 1999
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MONTY PYTHON
Livro conta piadas não aproveitadas do grupo

de Londres

O livro "Monty Python: A Celebration", do britânico Richard Topping, mostra que muitas piadas que o grupo imaginou, mas que acabou abandonando, eram tão divertidas quanto as que foram imortalizadas nos filmes e na televisão.
Uma delas remonta à criação de "A Vida de Brian". A idéia inicial dos membros do Python era a de fazer com que Brian fosse o "13º apóstolo", esquecido pela Bíblia por ter se atrasado a todos os momentos históricos da vida de Jesus Cristo.
O filme começaria, então, com Brian brigando com a esposa, que não queria que ele fosse à última ceia pois ela havia convidado uns amigos para jantar naquela noite.
Esta é uma das histórias que Topping, um ex-comediante teatral londrino, revela em seu livro. Leia abaixo trechos de entrevista que Topping concedeu à Folha, em Londres. (SC)

Folha - Como foi o encontro com as piadas não gravadas pelo Python?
Richard Topping -
Todos os membros do grupo mantinham anotações de idéias que tinham individualmente para depois discutir com o grupo. Colocar as mãos nestes papéis é um grande achado, trazem cenas tão divertidas como as que foram para o cinema e a TV.

Folha - Conte uma.
Topping -
Quando os rapazes começaram a imaginar o roteiro de "Monty Python em Busca do Cálice Sagrado", a idéia era fazer com que os aventureiros medievais procurassem o Graal no mundo contemporâneo. Depois de vagar sem sucesso pelas ruas de Londres, o grupo decidiria parar de sofrer de uma vez e ir comprar logo um Graal na loja Harrods.

Folha - O que você acha da nova reunião do Python para a celebração do aniversário de 30 anos?
Topping -
Não é uma reunião verdadeira. O Python tinha uma química própria, funcionava como um conjunto; depois da morte de Graham Chapman, acho que não será a mesma coisa. Mas acho que pode funcionar para apresentar o Python para uma nova geração de fãs.

Folha - Mas você mostra em seu livro que os integrantes do grupo não se davam tão bem assim...
Topping -
Era por isso mesmo que dava certo. O segredo do Python estava mais no conflito entre posições opostas do que numa cooperação baseada em amizade.

Folha - O sucesso internacional do Python está ligado aos filmes para o cinema. O que você acha mais importante, o legado televisivo ou cinematográfico?
Topping -
Acho que os filmes serviram para difundir o Python em sua melhor fase. Mas foi na TV que o grupo foi revolucionário, alterando um tipo de esquete humorístico tradicional, que precisava de um clímax bem demarcado. Com o Python, o clímax da piada passou a ser desnecessário.



Livro: Monty Python: a Celebration Autor: Richard Topping Lançamento: Virgin (160 págs.) Quanto: US$ 25 (importado) Onde encomendar: livraria Cultura (www.livcultura.com.br); www.amazon.com


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