da Redação

Alex Vallauri nasceu há 50 anos na Etiópia. Mas foi na arte brasileira, particularmente nas ruas de São Paulo, que deixou sua marca.
Uma amostra de sua produção de serigrafias, litografias, desenhos, aquarelas, gravuras em metal, grafites e, suas preferidas, as xilogravuras, entre outras técnicas, está na exposição "Alex Vallauri - 50 anos" que começa hoje na Biblioteca Municipal Mário de Andrade.
O artista ficou conhecido nas décadas de 70 e 80 por suas intervenções nos muros. Começou, em 1978, a espalhar seus desenhos feitos com spray: botas de salto alto, luvas pretas, gravatas listradas.
Fase decisiva da arte de Vallauri está em sua passagem pela cidade de Santos, onde realizou suas primeiras xilogravuras, inspirando-se no submundo do cais, com seus estivadores, bares, prostitutas, travestis e marinheiros.
Era 1965. Chegava ao Brasil com sua família, fugindo dos militares da Argentina. Momento, inclusive, de decisão definitiva pela profissão de artista plástico.
Foi durante o curso realizado na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, que teve chance de experimentar novas técnicas gráficas.
Nessa época passou a pesquisar a plasticidade dos símbolos da cultura de massas espalhados pela cidade.
Disso resultaram séries de referência direta ao movimento militar de 64 e às pernas femininas, que o acompanharam até a 18ª Bienal de São Paulo, em 1985, quando apresentou a mais visitada das instalações em toda a história das Bienais, "A Festa na Casa da Rainha do Frango Assado", uma criação cujos fragmentos estão na exposição em São Paulo.
Na década de 80, o artista viajou para a Europa e grafitou os muros de Nova York.
Alex Vallauri morreu em 1987, vítima da Aids.