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POESIA
Caixa de quatro CDs, com leitura de versos do autor de "José" feita por elenco de Chico Buarque a Pelé, é lançada
Municipal ecoa 148 vozes de Drummond
DA REPORTAGEM LOCAL
É uma quadrilha bem mais ampla do que o famoso "João amava
Teresa que amava Raimundo que
amava Maria..." do poema de
Carlos Drummond de Andrade.
Com 148 integrantes, a caixa com
quatro CDs "Reunião" é uma
quadrilha em que todos amam
um só: o próprio Drummond.
Autoproclamado maior projeto
de audioliteratura da história do
país, o disco quadruplo, que traz
personalidades tão variadas como
Pelé e Paulo Autran lendo versos
do poeta de Itabira, será lançado
hoje em São Paulo.
Parte das comemorações do
centenário de Drummond, o projeto chega ao público paulistano
em casa nobre. Com apresentação do Coral Paulistano interpretando temas inspirados em versos
drummondianos, "Reunião" será
apresentado a partir das 19h no
Teatro Municipal.
Projeto da editora-produtora-gravadora Luz da Cidade (única
especializada em audioliteratura
no país), do músico-ator-produtor Paulinho Lima, o CD foi realizado em apenas cinco meses.
Durante o período, esse baiano-carioca, que vem lançando discos
com declamação de poesias, contos e crônicas desde o final de
1996, levou a oito estúdios, em seis
cidades brasileiras, os tais 148 cidadãos dispostos a declamar seus
versos prediletos de Drummond.
O único que aparece dizendo
dois poemas em "Reunião" é o
próprio homenageado. Drummond (1902-1987) abre o primeiro CD declamando seu "Mãos
Dadas". "Não serei o poeta de um
mundo caduco/Também não
cantarei o mundo futuro/Estou
preso à vida e olho meus companheiros", diz a voz frágil do poeta,
em gravação do final dos anos 70.
O quarto e último disco termina
com o mesmo poeta recitando os
versos de "Obrigado".
Nas demais 146 faixas, "Reunião" cumpre o que aponta seu
subtítulo: "O Brasil Dizendo
Drummond". E aí entram, por
exemplo, políticos, como o novo
governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e a prefeita paulistana,
Marta Suplicy; atores, como Ney
Latorraca e o jovem Vinícius Oliveira; músicos, como Chico Buarque e Arnaldo Antunes; e aí vai.
"No Meio do Caminho" e "José", poemas mais populares de
Drummond, não foram os mais
disputados. "Os homens todos
queriam "Campo de Flores". As
mulheres, "O Caso do Vestido",
que deixei para Tônia Carrero. Ela
sabia de cor", diz Lima.
(CEM)
REUNIÃO - O BRASIL DIZENDO
DRUMMOND. Quando: hoje, a partir das
19h. Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos
de Azevedo, s/nº, região central, São
Paulo, tel. 0/xx/11/222-8698). Quanto:
R$ 50 (quatro CDs). Entrada franca.
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