São Paulo, quarta-feira, 09 de outubro de 2002

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POESIA

Caixa de quatro CDs, com leitura de versos do autor de "José" feita por elenco de Chico Buarque a Pelé, é lançada

Municipal ecoa 148 vozes de Drummond

DA REPORTAGEM LOCAL

É uma quadrilha bem mais ampla do que o famoso "João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria..." do poema de Carlos Drummond de Andrade. Com 148 integrantes, a caixa com quatro CDs "Reunião" é uma quadrilha em que todos amam um só: o próprio Drummond.
Autoproclamado maior projeto de audioliteratura da história do país, o disco quadruplo, que traz personalidades tão variadas como Pelé e Paulo Autran lendo versos do poeta de Itabira, será lançado hoje em São Paulo.
Parte das comemorações do centenário de Drummond, o projeto chega ao público paulistano em casa nobre. Com apresentação do Coral Paulistano interpretando temas inspirados em versos drummondianos, "Reunião" será apresentado a partir das 19h no Teatro Municipal.
Projeto da editora-produtora-gravadora Luz da Cidade (única especializada em audioliteratura no país), do músico-ator-produtor Paulinho Lima, o CD foi realizado em apenas cinco meses.
Durante o período, esse baiano-carioca, que vem lançando discos com declamação de poesias, contos e crônicas desde o final de 1996, levou a oito estúdios, em seis cidades brasileiras, os tais 148 cidadãos dispostos a declamar seus versos prediletos de Drummond.
O único que aparece dizendo dois poemas em "Reunião" é o próprio homenageado. Drummond (1902-1987) abre o primeiro CD declamando seu "Mãos Dadas". "Não serei o poeta de um mundo caduco/Também não cantarei o mundo futuro/Estou preso à vida e olho meus companheiros", diz a voz frágil do poeta, em gravação do final dos anos 70. O quarto e último disco termina com o mesmo poeta recitando os versos de "Obrigado".
Nas demais 146 faixas, "Reunião" cumpre o que aponta seu subtítulo: "O Brasil Dizendo Drummond". E aí entram, por exemplo, políticos, como o novo governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e a prefeita paulistana, Marta Suplicy; atores, como Ney Latorraca e o jovem Vinícius Oliveira; músicos, como Chico Buarque e Arnaldo Antunes; e aí vai.
"No Meio do Caminho" e "José", poemas mais populares de Drummond, não foram os mais disputados. "Os homens todos queriam "Campo de Flores". As mulheres, "O Caso do Vestido", que deixei para Tônia Carrero. Ela sabia de cor", diz Lima. (CEM)


REUNIÃO - O BRASIL DIZENDO DRUMMOND. Quando: hoje, a partir das 19h. Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, região central, São Paulo, tel. 0/xx/11/222-8698). Quanto: R$ 50 (quatro CDs). Entrada franca.


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