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MÚSICA
A fórmula secreta do Chemical Brothers
Saiba como vai ser "Come with Us", quarto disco da dupla inglesa, um dos nomes mais importantes da música eletrônica; CD só chega em 28 de janeiro, mas já está na net
CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL
Começou na África. E, se foram
os Chemical Brothers que disseram, pode acreditar. A música "It
Began in Afrika" foi o primeiro
single do aguardado "Come with
Us", quarto disco da dupla inglesa, hoje um dos nomes mais poderosos da música eletrônica.
Quebrada e cheia de batuques, a
música foi lançada como single
em setembro e entrou no set de
top DJs. No último Free Jazz, por
exemplo, foi usada por Ray Roc,
Jon Carter e Fatboy Slim.
Foi o aperitivo que Tom Rowlands e Ed Simmons deram à
galera.
"Come with Us" tinha lançamento previsto para este ano.
Mas, com o respaldo de quem
vendeu 2,3 milhões de cópias do
disco anterior, "Surrender", Tom
e Ed não gostaram da sonoridade
do álbum e resolveram mexer em
tudo. Resultado: o CD só chega às
lojas em 28 de janeiro.
Mas, se você tem uma boa conexão de internet e é um sujeito paciente, vai conseguir baixar as dez
faixas do disco. As músicas estão
dando sopa em endereços como
www.supermp3s.net ou no KaZaA (www.kazaa.com).
A Folha garimpou as músicas e
adianta aqui o que você vai ouvir
em "Come with Us".
"Come with Us" - Segundo o
site oficial do duo (www.theche
micalbrothers.com), esta é a primeira faixa do álbum. Começa
épica, com violinos. Daí uma voz
sombria, na linha filme de terror
B, convida: "Venha com a gente e
deixe as preocupações para trás".
Começa então um big beat contagiante, cheio de efeitos grandiosos. Feche os olhos e, sim, vá com
eles.
"It Began in Afrika" - O single
já circula por tudo quanto é pista.
Tem batuques afro, batida irregular, barulhos de selva, congas.
"Galaxy Bounce" - A música
transpira George Clinton, tendência que não é nova entre o povo do big beat. O baixo funkeado
e a bateria em contratempo compõem com vocais gritados. Lembra Funkadelic, tem um quê de
Sly & The Family Stone. É a porção black de Tom e Ed.
"Star Guitar" - O clima aqui é
de transe clubber (transe, não
trance). Batida de disco music,
com chimbal no contratempo, e
guitarrinha suave, mas marcante,
mostram a veia house dos Chemical Brothers. A letra diz: "Você
deve sentir o que eu sinto/Você
deve tomar o que eu tomo". A
pista certamente vai derreter...
"Hoops" - Funk com violões de
flamenco abrem a música. Coincidência ou não, Fatboy Slim
abriu seu set no Free Jazz, em São
Paulo, com violões de flamenco.
"Hoops", então, ensaia um tech-house rápido. Eis que volta o funk
pancadão, à la "Planet Rock", do
Afrika Bambaata. Pode ser um
fracasso na pista. É coisa de quem
está seguro o bastante para experimentar.
"My Elastic Eye" - Quebradeira total, do início ao fim. Se o ritmo fosse mais acelerado, passaria
por drum'n'bass. Efeitos um pouco over, como teclados sobrepostos e "camas", dão uma cara comercial à música.
"The State We're In" - Parceria com a cantora Beth Orton, antiga colaboradora, que continua
cantando lindamente. Lenta e
com cara de moderna, a faixa tem
tudo para virar trilha de comercial bacana.
"Denmark" - Tech-house cheio
de energia, com toques latinos e
baixo agudo pontuando a música. Prontinha para as pistas.
"Pioneer Skies" - Depois de
uma linda introdução com som
de cravo, a música evolui para um
break beat lento, pontuado por
teclados e muitos efeitos. Em momentos assim, os Chemicals mostram que podem soar absurdos
mesmo passando longe da pista.
"The Test" - Participação do
ex-Verve Richard Ashcroft. Britpop encontra o break beat. E o resultado é muito chato.
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