São Paulo, segunda-feira, 09 de dezembro de 2002

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Com coordenação editorial de Heloísa Lustosa, publicação reproduz de Frans Post à arte contemporânea brasileira

Catálogo apresenta destaques do MNBA

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Além de se fazer presente nas 131 obras da mostra "Imagem e Identidade: Um Olhar Sobre a História", o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) chega a São Paulo na publicação "Acervo", um catálogo que apresenta, em 284 páginas, os destaques da instituição. O livro é patrocinado pelo Banco Santos, também promotor da exposição que entra hoje em cartaz.
"Uma das funções de nossa instituição é a preservação da memória. Por isso, estabelecemos uma parceria com o MNBA e a primeira iniciativa foi a organização de seu catálogo", afirma Edemar Cid Ferreira, presidente do Banco Santos.
A sequência da parceria levou ao Rio, no mês passado, a mostra "Tesouro dos Mapas", que inaugurou o Instituto Cultural Banco Santos, e recebeu 20 mil visitantes, em São Paulo. A exposição "Imagem e Identidade" é a terceira fase do acordo entre as instituições, e a restauração de duas importantes obras do museu - a tela "A Primeira Missa", de Vítor Meireles, e a escultura "Alegoria do Império Brasileiro", de Chaves Pinheiro"- a próxima etapa.
O catálogo, que tem coordenação editorial de Heloísa Lustosa, diretora do MNBA, reproduz a abrangente coleção do museu, que contém desde pinturas de Frans Post, do século 17, até expoentes da arte contemporânea brasileira, como Ana Maria Maiolino. A maior parte do livro é dedicada às obras do século 19, principal coleção do acervo.
O MNBA possui em seu acervo mais de 16 mil peças e a sua maioria (80%) é composta por obras em papel. O novo catálogo apresenta cerca de 300 peças e grande parte delas foi trazida a São Paulo. A coincidência parece óbvia: "São os ícones do museu, suas peças mais importantes", diz Cid Ferreira.
Além de apresentar as obras-primas do MNBA divididas em séculos, do 17 ao 20, o catálogo ressalta as "coleções específicas importantes". No texto de abertura desta seção, o MNBA é comparado ao Louvre, de Paris, por "ser um museu de arte do tipo enciclopédico".
Assim, são ressaltadas as pinturas italianas do maneirismo barroco, as pinturas holandesas e flamengas, do século 15 ao 17, e as telas impressionistas de Louis Eugène Boudin, entre outros.
Ao contrário de grande parte dos livros de arte produzidos recentemente no Brasil, o catálogo do MNBA não foi realizado com apoio das leis de incentivo à cultura. "Temos por princípio não usar da renúncia fiscal para ações de nossa instituição, pois isso não seria democrático", diz Cid Ferreira. (FABIO CYPRIANO)


ACERVO. Coordenação editorial: Heloísa Aleixo Lustosa. Edição: Instituto Cultural Banco Santos (284 págs., preço indefinido).


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