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São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2003

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DOCUMENTÁRIO

"Música Libre" explora os sons do Haiti

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

O Caribe é reconhecido como uma fonte inesgotável de ritmos que celebram a alegria, a dança e a sensualidade. Países que "fagocitaram" os anos de colonização e escravidão e os converteram em uma cultura de frescor paradisíaco. Não por acaso, "Buena Vista Social Club" (1999), documentário sobre a música cubana, se tornou uma febre mundial.
Mas há mais no Caribe do que a terra de Fidel. E essa é a proposta da série inédita "Música Libre", dirigida por Carolina Sá, que o GNT mostra nesta semana.
A série, que começou com o episódio sobre Cuba, prescinde de narração. Permite que cada ritmo seja explicado pelos seus músicos e pelas danças que inspiram, deixando a música livre para falar o que deve ser ouvido.
O episódio de hoje aborda a música do Haiti. Colônia francesa povoada por uma maioria negra vinda da África, os haitianos obtiveram a independência em 1804, o que lhes propiciou manter e estreitar laços com a cultura do continente-mãe. Pode-se dizer sem medo que o Haiti é o país mais africano das Américas.
Isso fica muito claro quando boa parte dos músicos entrevistados por Carolina Sá se rende à música de vodu (equivalente haitiano do candomblé) como a matriz da cultura do país.
A viagem fica ainda mais interessante quando são mostrados os derivados do vodu, como o vodu rock (cujos shows guardam incrível semelhança visual com os trios elétricos de Salvador). Há também a música afro de origem mais mesclada com a contribuição francesa, como o twoubadou, de onde saiu o konpa direk, estilo de salão "para dançar em dois ladrilhos", maior sucesso nacional.
Mas, se você por acaso se confundiu, fique tranquilo. Antes de ser uma aula de teoria musical, "Música Libre" ensina as batidas que poderão tomar o mundo de assalto em qualquer dia. A série continua com Jamaica, República Dominicana e Trinidad e Tobago.


MÚSICA LIBRE - HAITI. Quando: hoje, às 20h30, no GNT.


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