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DOCUMENTÁRIO
"Música Libre" explora os sons do Haiti
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
O Caribe é reconhecido como
uma fonte inesgotável de ritmos
que celebram a alegria, a dança e a
sensualidade. Países que "fagocitaram" os anos de colonização e
escravidão e os converteram em
uma cultura de frescor paradisíaco. Não por acaso, "Buena Vista
Social Club" (1999), documentário sobre a música cubana, se tornou uma febre mundial.
Mas há mais no Caribe do que a
terra de Fidel. E essa é a proposta
da série inédita "Música Libre",
dirigida por Carolina Sá, que o
GNT mostra nesta semana.
A série, que começou com o episódio sobre Cuba, prescinde de
narração. Permite que cada ritmo
seja explicado pelos seus músicos
e pelas danças que inspiram, deixando a música livre para falar o
que deve ser ouvido.
O episódio de hoje aborda a
música do Haiti. Colônia francesa
povoada por uma maioria negra
vinda da África, os haitianos obtiveram a independência em 1804,
o que lhes propiciou manter e estreitar laços com a cultura do continente-mãe. Pode-se dizer sem
medo que o Haiti é o país mais
africano das Américas.
Isso fica muito claro quando
boa parte dos músicos entrevistados por Carolina Sá se rende à
música de vodu (equivalente haitiano do candomblé) como a matriz da cultura do país.
A viagem fica ainda mais interessante quando são mostrados
os derivados do vodu, como o vodu rock (cujos shows guardam incrível semelhança visual com os
trios elétricos de Salvador). Há
também a música afro de origem
mais mesclada com a contribuição francesa, como o twoubadou,
de onde saiu o konpa direk, estilo
de salão "para dançar em dois ladrilhos", maior sucesso nacional.
Mas, se você por acaso se confundiu, fique tranquilo. Antes de
ser uma aula de teoria musical,
"Música Libre" ensina as batidas
que poderão tomar o mundo de
assalto em qualquer dia. A série
continua com Jamaica, República
Dominicana e Trinidad e Tobago.
MÚSICA LIBRE - HAITI. Quando: hoje, às
20h30, no GNT.
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