da Reportagem Local


Entre personagens cantados em versos, sonetos shakespearianos e "minutos poéticos" colecionados ao longo dos anos, o poeta Paulo Bomfim, 72, lança hoje sua obra reunida em um só volume, "50 Anos de Poesia".
Paulista, descendente de bandeirantes, como faz questão de dizer, Bomfim estreou na poesia com o livro "Antônio Triste", de 47, ganhador do prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras daquele ano.
"Sempre fui um solitário, nunca pertenci a grupos, mas tive ligações com as pessoas que fizeram a Semana de Arte Moderna. Convivi com Mário de Andrade em casa dos meus avós", diz o poeta. Não é à toa que Tarsila do Amaral assina a ilustração da capa do livro, antes publicada em "Antônio Triste".
O poeta, que atualmente se dedica a escrever sobre os bairros de São Paulo, conta ter sido um dos primeiros a escrever sonetos no estilo "shakespeariano" -com três quadras e um dístico.
Assim define sua obra: "É uma espécie de "Lusíadas' metafísico, uma peregrinação à maneira de Vasco da Gama até as Índias secretas do coração".