São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 1998.




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Ator completa 40 anos de carreira em 98

da Reportagem Local

"O papel é seu. Nunca mais abandone o teatro." Num teste para uma peça em 1958, Sérgio Cardoso escolheu o magrinho Renato Borghi entre 50 candidatos. Começava a carreira desse ator, professor e dramaturgo, que completa 40 anos de profissão em 98.
Na faculdade de direito, o encontro com um colega de classe mudou os rumos do teatro brasileiro: Renato Borghi e José Celso Martinez Corrêa, juntos, largaram o diploma para se dedicar aos palcos.
"Decidimos nos profissionalizar e alugamos o lugar onde ficava o teatro Espírita, no centro de SP. Tinha início o Oficina", conta.
Mesmo com aulas de interpretação dadas por Eugênio Kusnet, ninguém topou dirigir a desconhecida companhia.
"Foi então que eu disse para o Zé: 'Vai tu mesmo', e ele começou a dirigir." Dessa união, nasceram montagens importantíssimas, como "O Rei da Vela", de Oswald de Andrade, e "Na Selva das Cidades", de Bertolt Brecht.
"Esse período, que vai mais ou menos de 60 a 71, significou novos ventos. Tudo dava certo, até dinheiro tínhamos", relembra.
Mas as divergências apareceram, e Borghi, na época casado com a atriz Ester Góes, abandonou o Oficina em busca de novos caminhos:
"Briguei, fiquei anos sem falar com o Zé. Cada um foi para um lado, mas hoje ele é a pessoa que eu mais amo no mundo."
Com Ester, fundou o Teatro Vivo, companhia que teria a mesma duração de seu casamento, até o início dos anos 80.
"Essa foi uma década difícil, com a substituição da qualidade pela quantidade. Dediquei-me à dramaturgia, escrevendo peças como 'O Lobo de Ray-Ban'."
Borghi também fez TV. "Amo televisão, tem muito potencial."
Este ano, entre seus projetos, está a peça "Tio Vânia", de Anton Tchecov. (ES)



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