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Ator completa 40 anos de carreira em 98
da Reportagem Local
"O papel é seu. Nunca mais
abandone o teatro." Num teste
para uma peça em 1958, Sérgio
Cardoso escolheu o magrinho Renato Borghi entre 50 candidatos.
Começava a carreira desse ator,
professor e dramaturgo, que completa 40 anos de profissão em 98.
Na faculdade de direito, o encontro com um colega de classe mudou os rumos do teatro brasileiro:
Renato Borghi e José Celso Martinez Corrêa, juntos, largaram o diploma para se dedicar aos palcos.
"Decidimos nos profissionalizar e alugamos o lugar onde ficava
o teatro Espírita, no centro de SP.
Tinha início o Oficina", conta.
Mesmo com aulas de interpretação dadas por Eugênio Kusnet,
ninguém topou dirigir a desconhecida companhia.
"Foi então que eu disse para o
Zé: 'Vai tu mesmo', e ele começou
a dirigir." Dessa união, nasceram
montagens importantíssimas, como "O Rei da Vela", de Oswald
de Andrade, e "Na Selva das Cidades", de Bertolt Brecht.
"Esse período, que vai mais ou
menos de 60 a 71, significou novos
ventos. Tudo dava certo, até dinheiro tínhamos", relembra.
Mas as divergências apareceram,
e Borghi, na época casado com a
atriz Ester Góes, abandonou o Oficina em busca de novos caminhos:
"Briguei, fiquei anos sem falar
com o Zé. Cada um foi para um
lado, mas hoje ele é a pessoa que eu
mais amo no mundo."
Com Ester, fundou o Teatro Vivo, companhia que teria a mesma
duração de seu casamento, até o
início dos anos 80.
"Essa foi uma década difícil,
com a substituição da qualidade
pela quantidade. Dediquei-me à
dramaturgia, escrevendo peças
como 'O Lobo de Ray-Ban'."
Borghi também fez TV. "Amo
televisão, tem muito potencial."
Este ano, entre seus projetos, está a peça "Tio Vânia", de Anton
Tchecov.
(ES)
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