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CINEMA
"Titanic" começa a se perder no espaço
ALESSANDRA BLANCO
de Nova York
Depois de 15 semanas como o filme mais visto nos EUA, "Titanic"
foi finalmente substituído no último final de semana pela estréia de
"Lost in Space" ("Perdidos no Espaço").
O filme bateu a marca de US$ 20
milhões de bilheteria na primeira
semana, mais uma vez ultrapassando "Titanic" que chegou a US$
11,6 milhões na sua estréia.
"Perdidos no Espaço" é baseado
na série de ficção científica que fez
sucesso na TV entre 1965 e 1968.
O filme custou US$ 75 milhões e
é o mais caro produzido até hoje
pela New Line, uma divisão da Time Warner.
Século 21
Ele conta a história da família
Robinson, comandada pelo astrofísico do século 21, professor John
Robinson (William Hurt), que decide levar mulher e filhos para colonizar um planeta chamado Alpha Prime.
Antes de decolar a nave Júpiter 2
é sabotada pelo famoso vilão dr.
Smith (Gary Oldman). Só que o
plano dá -em parte- errado,
porque Smith acaba viajando junto na Júpiter 2 e salvando a vida da
família Robinson.
É a partir daí que começam a
desventuras da viagem. A nave,
sob o comando do major Don
West (Matt LeBlanc, de
"Friends"), acaba indo por um caminho errado, aterrissando num
país proibido e assim o filme continua.
Da série dos anos 60, continuam
os personagens -Mimi Rogers
faz a bioquímica mulher do professor Robinson, Jack Johnson é o
garoto-gênio Will, Heather Graham ("Boogie Nights") e Lacey
Chabert ("Party of Five") são as filhas do casal, Judy e Penny -e a
voz do robô, que ainda anuncia
"perigo, perigo".
O resto é pura futurologia. A
produtora-escritora Akiva Goldsman, cérebro do projeto, utilizou
todos os estereótipos do que se
imagina ser o século 21: uma cidade em que não há carros, mas pequenas naves, uma casa comandada pela tecnologia, as roupas dos
aeronautas ultramodernas e mais
escuras possíveis e até a agenda
eletrônica de Penny, que dá a quebra da trama no filme, que na verdade é uma filmadora-vídeo-relógio.
Público
A crítica norte-americana não
aprovou e o filme realmente se
perde em algumas cenas. Tudo é
muito sério e científico, até pela
interpretação de William Hurt,
para de repente aparecer uma espécie de macaco alienígena que
acaba virando mascote da família.
O público também fica na expectativa de alguns desfechos mais
emocionantes, como a morte do
monstro no país proibido. No final, há o gancho para o que deve
ser uma série "Perdidos no Espaço", com pelo menos mais dois filmes.
E aí há uma certa tentativa de semelhança de conflitos com "Guerra nas Estrelas" do tipo "nos livramos dessa, mas terá uma próxima", acentuada com o clima romântico e ingênuo entre Judy e o
major Don West, que lembra o clima entre a princesa Léa e o capitão
Solo, só que sem muito sucesso.
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