São Paulo, sexta, 10 de abril de 1998

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CINEMA
"Titanic" começa a se perder no espaço

ALESSANDRA BLANCO
de Nova York

Depois de 15 semanas como o filme mais visto nos EUA, "Titanic" foi finalmente substituído no último final de semana pela estréia de "Lost in Space" ("Perdidos no Espaço").
O filme bateu a marca de US$ 20 milhões de bilheteria na primeira semana, mais uma vez ultrapassando "Titanic" que chegou a US$ 11,6 milhões na sua estréia.
"Perdidos no Espaço" é baseado na série de ficção científica que fez sucesso na TV entre 1965 e 1968.
O filme custou US$ 75 milhões e é o mais caro produzido até hoje pela New Line, uma divisão da Time Warner.
Século 21

Ele conta a história da família Robinson, comandada pelo astrofísico do século 21, professor John Robinson (William Hurt), que decide levar mulher e filhos para colonizar um planeta chamado Alpha Prime.
Antes de decolar a nave Júpiter 2 é sabotada pelo famoso vilão dr. Smith (Gary Oldman). Só que o plano dá -em parte- errado, porque Smith acaba viajando junto na Júpiter 2 e salvando a vida da família Robinson.
É a partir daí que começam a desventuras da viagem. A nave, sob o comando do major Don West (Matt LeBlanc, de "Friends"), acaba indo por um caminho errado, aterrissando num país proibido e assim o filme continua.
Da série dos anos 60, continuam os personagens -Mimi Rogers faz a bioquímica mulher do professor Robinson, Jack Johnson é o garoto-gênio Will, Heather Graham ("Boogie Nights") e Lacey Chabert ("Party of Five") são as filhas do casal, Judy e Penny -e a voz do robô, que ainda anuncia "perigo, perigo".
O resto é pura futurologia. A produtora-escritora Akiva Goldsman, cérebro do projeto, utilizou todos os estereótipos do que se imagina ser o século 21: uma cidade em que não há carros, mas pequenas naves, uma casa comandada pela tecnologia, as roupas dos aeronautas ultramodernas e mais escuras possíveis e até a agenda eletrônica de Penny, que dá a quebra da trama no filme, que na verdade é uma filmadora-vídeo-relógio.
Público

A crítica norte-americana não aprovou e o filme realmente se perde em algumas cenas. Tudo é muito sério e científico, até pela interpretação de William Hurt, para de repente aparecer uma espécie de macaco alienígena que acaba virando mascote da família.
O público também fica na expectativa de alguns desfechos mais emocionantes, como a morte do monstro no país proibido. No final, há o gancho para o que deve ser uma série "Perdidos no Espaço", com pelo menos mais dois filmes.
E aí há uma certa tentativa de semelhança de conflitos com "Guerra nas Estrelas" do tipo "nos livramos dessa, mas terá uma próxima", acentuada com o clima romântico e ingênuo entre Judy e o major Don West, que lembra o clima entre a princesa Léa e o capitão Solo, só que sem muito sucesso.



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