Imagem JOSIMAR MELO
especial para a Folha

O lugar se chama Ábaco Restaurante e Bar. Nessa ordem. Faz parte de uma legião de locais hoje existentes na cidade, mas nascidos na verdade com a vocação inversa: a de ser um bar agradável e, de quebra, também oferecer o serviço de um restaurante.
Não que à casa falte pedigree para ser restaurante. Aberta em outubro do ano passado em Moema, tem como um dos sócios Maurício Zanini, 38 anos, que é também sócio dos restaurantes Limone, Sushi Company e Companhia Asiática.
No Ábaco, seu sócio, responsável por tocar a parte gastronômica, é o também paulista Amilton Gutierrez, 41, debutando no ramo, mas antigo chef amador.
A vocação do Ábaco para bar pode ser sentida pelo próprio ambiente, bastante despojado, com aquele jeitão rústico-decorador (tijolos aparentes, forros de cipó, juta) e um interessante lustre composto de taças de vinho. Seus horários invadem o começo da madrugada, e também seu cardápio, com várias opções de petiscos e uma seção de sanduíches feitos com pão ciabatta, sugere as refeições desinteressadas de quem vai ao bar mais para conversar e beber.
Mas o Ábaco tem também cardápio de restaurante, com pratos variados pendendo para a cozinha italiana. As massas são majoritariamente convencionais (ravióli de mussarela de búfalo com molho de tomates e manjericão, fettuccine com molho de queijos), no máximo um tagliarini negro (com tinta de lula), molho de salmão defumado e tomate fresco.
Há três risotos conhecidos (funghi secchi, frutos do mar ou legumes). E, na seção de carnes e peixes, também pouca novidade. Foge do óbvio o salmão com manga e molho de maracujá, mais arroz com abacaxi e amêndoas (um festival de frutas, com molho muito espesso).
De resto, os filés com molho mostarda (e batatas fritas desmaiadas) ou rôti, ou com molho de vinho e sálvia, são corretos. Nada que valha a viagem - mas num bar, bebendo com amigos, quando bate a fome... não comprometem.



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