São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2006

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Palco principal reúne apresentações ao vivo

DA REPORTAGEM LOCAL

Renato Cohen, Gui Boratto, Prodigy, LCD Soundsystem, The Bays... O palco principal deste Skol Beats será tomado em grande parte por apresentações em live PA, ao vivo. Mas o duo britânico Plump DJs, que "apenas" pilotará os toca-discos, ganhou nobre horário no line-up do espaço.
Por dois motivos: 1) é o principal nome do breakbeat, gênero dos mais populares hoje da eletrônica; 2) seus sets conseguem aliar boa técnica com uma certa ousadia experimental -sem perder de vista o motivo de tudo: fazer o povo dançar.
Nos últimos anos, a cena em torno do breakbeat cresceu bastante, principalmente na Inglaterra. Há vários clubes aparecendo, as noites arrastam bom público e, conseqüentemente, surgem mais DJs do estilo. No Brasil, esse crescimento também está ocorrendo; vários clubes, como Vegas e Lov.e, abrem as portas para as batidas quebradas, e há raves em que tendas são dedicadas aos breaks.
Para Lee Rous, uma das metades do Plump DJs ao lado de Andy Garner, isso ocorre há algum tempo e está se espalhando para fora da ilha britânica.
"O breakbeat tem crescido muito na Inglaterra desde o meio dos anos 90, quando nos envolvemos com isso. Há mais DJs e produtores vindo para esse lado. E a cena breakbeat é levada muito mais pelo lado musical do que pelo lado fashion, como acontece em vários setores da dance music. No momento estamos num bom período. Há uma noite no Fabric [um dos principais clubes londrinos] que é uma das mais concorridas do clube. E o breakbeat é muito popular também em vários países da Ásia e na Austrália."
Segundo Rous, o breakbeat consegue levar à eletrônica certo "frescor orgânico" e é natural que agrade aos brasileiros, já que guarda semelhanças com o drum'n'bass, gênero bem popular por aqui. "O breakbeat e o drum'n'bass são baseados, geralmente, em batidas orgânicas de bateria, e não em sons eletrônicos. Têm uma energia natural."
A música dos Plump DJs têm batidas sincopadas, de ritmo quebrado, e é fortemente influenciada pela acid house do final dos anos 80, pelo rap e pela música negra norte-americana.
"Eu e Andy ouvimos coisas bem variadas. Mas temos background musical similar, crescemos ouvindo hip hop, depois tecno e outras coisas eletrônicas. Hoje gosto bastante de trilhas sonoras e coisas bem pop", explica o produtor.
Andy Garner e Lee Rous formaram o Plump DJs em 1997, em Londres. O primeiro lançamento foi "Electric Disco/Plumpy Chunks" (1999). Em seguida, entraram para o selo Finger Lickin.
São autores de alguns hits dos breaks, como "The Push" e "Big Groove Fucker". O álbum "A Plump Night Out", de 2001, é considerado essencial. Em 2003, veio o segundo, "Eargasm", também comemorado pelos fãs. No ano passado, lançaram "Saturday Night Lotion", que reúne músicas próprias com faixas que a dupla costuma tocar nas pistas.
Neste sábado, será a primeira vez que o duo se apresenta no Brasil. Será DJ set, pois os Plump DJs não fazem live PA. "Adoramos produzir e gostamos de nos apresentar como DJs. Acho que uma coisa completa a outra, não é preciso mais do que isso. Nossa música é muito baseada em samples, então fazer um live PA seria uma coisa forçada, quase uma mentira." (THIAGO NEY)


Skol Beats
Quando: das 16h de 13 de maio até as 9h do dia seguinte Onde: complexo do Anhembi (av. Olavo Fontoura, 1.209, São Paulo) Quanto: R$ 70 (na porta, R$ 90) Informações: www.skolbeats.com.br



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