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São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2003

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ARTES

Expressionismo de Pollock ganha especial

ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO

Um dos principais nomes do chamado expressionismo abstrato, o pintor norte-americano Jackson Pollock (1912-1956) é o centro de um documentário exibido pelo canal Film & Arts.
"Eu não uso o acaso. Eu nego o acaso", dizia Pollock sobre o controle que exercia sobre a sua pintura aparentemente caótica e na qual o pincel não tocava a tela -era usado para apenas atirar a tinta sobre as telas imensas que estendia no chão.
Nascido em Cody, uma cidadezinha do Estado de Wyoming, mas não tendo morado ali por mais de um ano, Pollock brincava de cultivar o mito de "homem do Oeste" e, quando em Nova York, chegava a se vestir como caubói, embora jamais tivesse realmente vivido como um.
Filho de um agrimensor, Pollock acompanhava o pai em seus trabalhos no Grand Canyon, e o fato é apontado como crucial na percepção de escala que o pintor desenvolveria mais tarde.
Outra influência ressaltada é a dos muralistas mexicanos David Alfaro Siqueiros e Diego Rivera, cujas composições e justaposições ajudariam a conduzir Pollock à sua própria e particularíssima maneira de arranjar elementos dentro de uma tela.
A primeira exposição individual do pintor ocorreu na galeria da mecenas Peggy Guggenheim, em 1943. Peggy se tornaria uma das grandes incentivadoras da arte de Pollock, ao lado da viúva do artista, a também pintora Lee Krasner (1908-84), com quem se casou em 1945.
Com Krasner, Pollock foi morar numa casa de campo em Long Island cujo celeiro lhe servia como ateliê. Manipulador, explorador, folgado e mimado são alguns dos adjetivos que Krasner reserva a Pollock em entrevista durante o documentário, mas, por incrível que possa parecer, sem muito ressentimento.
"Alcoólatra" também poderia entrar na lista, tendo sido um de seus principais problemas. Pollock frequentemente dirigia bêbado em alta velocidade pelas estradas e se envolveu em alguns acidentes, tendo sido o último em 1956, quando morreu com um carro que acabara de trocar por duas telas, ao lado da amante, a estudante de arte Ruth Kligman, que sobreviveu.


ARTISTAS PLÁSTICOS: JACKSON POLLOCK. Quando: amanhã, às 21h, no Film & Arts.


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