São Paulo, sexta-feira, 10 de agosto de 2001

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Bowie e Moby

DE NOVA YORK

Leia a seguir a entrevista que David Bowie fez com Moby.

David Bowie - Fiquei muito impressionado com a guitar band que você formou alguns anos atrás. Você gostaria de trabalhar nesse formato de novo?
Moby -
Um dos meus sonhos secretos é viajar pela América com alguns amigos numa van velha e tocar punk rock em bares e clubes desconhecidos. Talvez seja porque eu cresci viajando em uma van velha e tocando punk rock em bares e clubes desconhecidos, mas eu realmente tenho um amor profundo e estranho por esse tipo de coisa. E aquela enorme satisfação que alguém tem quando toca guitarra muito alto.

Bowie - Você tem certeza de que uma crença é necessário para a sobrevivência?
Moby -
Não. Em um universo que tem 15 bilhões de anos e que é muito maior do que nossa imaginação, não vejo como uma crença espiritual possa ter algum uso objetivo. Ainda assim, adoro os ensinamentos de Jesus Cristo, pessoal e subjetivamente.

Bowie - Para quem você está fazendo música e por quê?
Moby -
Uau! Não tenho a menor idéia. Todo o mundo. Para as pessoas quando elas estão sozinhas. Nunca imagino minha música sendo ouvida por mais que uma pessoa de cada vez.

Bowie - Que artista vivo você acha que deveria estar morto?
Moby -
Damian Loeb. Porque eu tenho um monte de quadros pintados por ele e, se ele morresse, valeriam muito dinheiro. Tem um problema, que é ele ser o meu melhor amigo... Mas acho que sacrificar um amigo por alguns quadros caros é uma troca justa.

Bowie - Por que devemos nos animar com o futuro?
Moby -
Para ver o céu em um grão de areia e a eternidade em um girassol. E para assistir ao programa "Cops" no canal Fox.

Bowie - Você tem algum arrependimento na sua curta vida?
Moby -
Não trabalhei tanto quanto eu deveria. E não passei mais tempo em alguns lugares. Ops, são dois...

Bowie - Você está feliz com o jeito como as coisas aconteceram para você ou gostaria de começar tudo de novo?
Moby -
Nunca imaginei que teria algum sucesso, então estou extremamente animado com o jeito como as coisas aconteceram. Sempre pensei que passaria o resto da vida fazendo música que ninguém iria escutar. Agora que faço música que as pessoas querem ouvir, estou adorando. E sou um grande covarde, então a idéia de começar tudo de novo me intimida. Daria muito trabalho. (SD)


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