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Cena local tenta se integrar ao pop nacional
DA REPORTAGEM LOCAL
Membro de uma leva anterior
de migrantes da cultura paraibana, Totonho já não tem ligação
com a atual cena musical local.
Mas o pop de João Pessoa -e
mesmo do sertão do Estado- vive fase de efervescência. A história
se repete, e várias bandas já começam a escapar para o Sudeste (leia
quadro à direita).
Estabelecida há três meses em
São Paulo, a banda Flávio C (ex-Flávio Cavalcanti) já vai se acostumando aos modos das grandes
gravadoras. Contratada pela Virgin, lançou single, mas foi limada
antes da publicação do primeiro
disco cheio, "Seguindo a Rede
Elétrica", que agora deve sair pelo
selo Arsenal (de Rick Bonadio),
sob as asas da Abril Music.
"O disco estava pronto para sair
pela Virgin desde setembro de
2000. Como Rick Bonadio saiu da
gravadora, fomos com ele. E
aproveitamos para gravar, há
uma semana, quatro novas faixas", conta o vocalista e guitarrista Edy, 28.
Edy define sua banda: "É pop-rock com muita guitarra e um
"punch" que vem do punk. Nunca
navegamos na praia do regionalismo, começamos com o objetivo
de revisar os anos 80. Fazíamos
covers de Ira!, Detrito Federal,
Metrô".
Sobre a cena paraibana, ele diz:
"Começamos com uma intenção
irônica, porque João Pessoa era só
hardcore e heavy metal. Fomos
colocar algo de Kid Abelha ali, isso abriu um pouco o leque".
Apresentando-se amanhã no
Rio, no Free Jazz Project, o grupo
Pau de Dá em Doido, uma versão
agreste e hardcore do mangue
beat, também já prepara sua mudança para São Paulo.
Não é o caso de todos os artistas.
As bandas Cabruêra e Tocaia, de
perfil que funde regionalismo,
rock à anos 70 e informações instrumentais pescadas de Hermeto
Pascoal, lançaram neste ano, localmente e de forma independente, CDs de produção caprichada e
alta inspiração musical.
O do Cabruêra já despertou
atenção no Rio e deve ser distribuído nacionalmente pelo selo
carioca Nikita.
(PAS)
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