São Paulo, sexta-feira, 10 de agosto de 2001

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Dublagem lembra longa japonês da década de 60

ELVIS MITCHELL
DO "THE NEW YORK TIMES"

"Final Fantasy" possui a qualidade impassível de videogame. Pela primeira vez, todos os personagens foram criados com softwares.
Mas os esforços heróicos dos atores que fazem as vozes e conferem peso dramático a praticamente cada linha de leitura criam um contraste estranho com os personagens na tela. Como os movimentos dos lábios das figuras animadas são um pouco lentos, parece um filme animado japonês dos anos 60, mal dublado.
Por mais que os atores fora da tela se esforcem, é mais fácil acreditar nos brinquedos animados de "Toy Story 2" do que nas figuras humanas de "Final Fantasy".
Falta um movimento de cabeça não coreografado ou de um gesto improvisado -a imprevisível química física entre atores de carne e osso, que a informática (ainda) não dominou. Dentro de dois ou três anos -ou, quem sabe, até antes-, os efeitos visuais avançados de "Final Fantasy", nos quais o andar sem peso dos personagens os faz parecer como se estivessem andando num ambiente de gravidade zero, vão parecer antiquados e até cômicos.


Tradução Clara Allain



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