São Paulo, Terça-feira, 10 de Agosto de 1999
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CINEMA
"Conceição" faz apologia de Recife
Estréia curta sobre prostituta religiosa


JULIANA GARÇON
da Redação


Na vitrine, o vestido de noiva -véu, grinalda e contas brilhantes- desperta fantasias românticas de duas prostitutas. Para casar, fazem promessa a Nossa Senhora da Conceição. Para conseguir o vestido, recorrem a dois fugitivos do presídio Aníbal Bruno.
A partir dos sonhos dessas mulheres corre a narrativa de "Conceição", curta que estréia hoje às 21h30, em São Paulo, no Espaço Unibanco (r. Augusta, 1.470, entrada franca).
Para filmar os 17 minutos de "Conceição", produzido pela 02 Filmes (de SP), o diretor pernambucano Heitor Dhalia trabalhou com uma equipe "mezzo paulista, mezzo pernambucana", conforme a diretora de arte, Maria Duda, também de Pernambuco.
Não por acaso. Baseada em conto de Wilson Freire, a trama se desenrola às vésperas de 8 de dezembro e se encerra nessa data, quando uma multidão faz ou paga promessas à santa mais popular de Recife. Os registros da festa religiosa, de cenários e da vida na cidade, e o desfile de personalidades da cena cultural local marcam a feição documental do filme.
"Um filme sobre putas e bandidos, com uma santa no meio", na definição da equipe, "Conceição" é também uma simpática apologia à capital de Pernambuco, sintetizada por um dos personagens: "Se Deus um dia resolver botar um piercing no mundo, vai ser no Recife. Porque Recife é o "imbigo" do mundo".


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