DO "NEW YORK TIMES"

Pondo fim a meses de complicadas negociações, o superastro do rap Jay-Z aceitou o posto de presidente da Def Jam Recordings, divisão da Vivendi Universal, de acordo com executivos cientes do acordo.
O contrato, fechado na última terça-feira, coloca o venerável selo de rap Def Jam nas mãos de um dos artistas de maior sucesso entre os rappers.
A Universal entregará a Jay-Z, que não tem muita experiência corporativa, a posição de presidente de uma de suas maiores divisões, e concederá a ele autoridade sobre todos os assuntos, da produção de álbuns às estratégias de marketing, passando pelo elenco de artistas que inclui músicos como LL Cool J e Ludacris.
O acordo também marca uma vitória decisiva para a Universal e Antonio Reid, presidente do conselho do Island Def Jam Music Group, parte da corporação, que vinham trabalhando febrilmente para contratar Jay-Z como executivo e impedi-lo de fechar contrato com a rival Warner Music Group, cujo selo United States é dirigido por Lyor Cohen, antigo diretor da Island Def Jam.

Nova fase
Jay-Z, cujo nome real é Shawn Carter, anunciou no ano passado que não trabalharia mais como músico. Se decidisse retornar aos estúdios de gravação, quaisquer trabalhos novos teriam de ser lançados pela Universal, que ainda mantém com ele um contrato separado como artista.
O novo contrato abre um novo e importante capítulo para o artista nascido no Brooklyn, que vinha expressando de maneira muita clara seu desejo de se tornar um líder nos bastidores da indústria da música, e de romper as barreiras que percebe no setor para os executivos negros.
A notícia também o beneficia como um evento muito positivo, já que Jay-Z está sendo processado por US$ 75 milhões, depois que sua turnê conjunta com o astro de R&B R. Kelly foi cancelada em razão de uma disputa por causa de shows perdidos e acusações de que um dos membros da equipe de Jay-Z teria atacado Kelly com um spray de pimenta.
A contratação de Jay-Z é parte de um acordo mais amplo sob o qual a Universal adquirirá a participação do rapper e de seus sócios na Roc-A-Fella Records, joint venture com a Def Jam.
A Universal concordou em pagar aos sócios um total estimado em US$ 10 milhões, pela parte da gravadora que ainda não controla. A Roc-A-Fella tem sob contrato músicos como Kanye West, indicado para 10 prêmios Grammy, cuja cerimônia será realizada em 13 de fevereiro.