São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2000


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Museu não segue linha do tempo

DE LONDRES

Um passeio pela nova Tate Modern, projetada pelos arquitetos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron, deve surpreender o visitante leigo e até chocar alguns especialistas em arte mais ortodoxos. Ao contrário de outros museus de arte moderna, o Tate Modern não segue uma ordem cronológica na exposição dos quadros, esculturas e instalações.
Em frente a uma natureza morta de Cézanne, de 1893, aparece uma pilha de caixas retangulares de alumínio, com interior colorido de azul, do artista norte-americano Donald Judd, de 1980. Ao lado de uma pintura impressionista de Monet, pode-se ver um desenho do artista inglês Richard Long, da década de 90, especializado em criar obras caminhando ou a respeito de caminhadas.
"As diferenças de estilos são muito grandes. Como não há uma ordem cronológica, quem não entende de arte pode ficar confuso com as misturas que foram feitas", disse à Folha Charlotte Mullins, editora-chefe da revista de arte britânica "Art Quaterly".
Os organizadores da Tate Modern preferiram adotar como critério de organização da galeria os velhos gêneros artísticos da escola francesa de pintura do século 17.
As 88 galerias da Tate Modern estão agrupadas em torno de temas como paisagem, natureza-morta, nus e pintura histórica. Assim, é possível encontrar obras de um mesmo artista espalhadas por várias partes da galeria.
"A coleção da Tate Modern é brilhante, mas acredito que uma das razões pelas quais eles não adotaram a ordem tradicional é porque eles têm falhas no acervo modernista das décadas de 20 e de 30", diz Charlotte.
Pode-se até encontrar na galeria quadros de Matisse, de Picasso, de Mondrian ou de outros representantes do impressionismo, do cubismo e de outros "ismos" do século 20. Mas o forte mesmo da nova galeria são obras mais recentes de artistas ingleses, como Lucien Freud e David Hockney, ou do irlandês Francis Bacon.
A Tate Modern tem muitos exemplos de pinturas, esculturas, instalações e vídeos de arte contemporânea no andar dedicado a exposições de obras que não fazem parte do acervo permanente.



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