São Paulo, quinta-feira, 11 de agosto de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DESENHO

"Da Mob" ironiza estereótipos do hip hop

DA REPORTAGEM LOCAL

Quem acompanha o pop rock americano certamente se lembra do hit "Pretty Fly (for a White Guy)", do Offspring, cuja letra (e o clipe hilário) falava de um branquelo que tentava se passar por "mano" do gangsta rap, imitando trejeitos, vestimentas e o estilo de vida dos astros do hip hop norte-americano. O desenho "Da Mob", que estréia amanhã, às 18h30, no Multishow, traz um trio que encarna exatamente esse personagem.
Feito com técnica mista, com desenhos feitos em cima de colagens de fotos que servem como cenário, "Da Mob" (algo como "a gangue") conta a história de um trio de garotos brancos que tenta fazer sucesso como um conjunto de hip hop. Liderados por Rooster, o típico ricaço rebelde sem causa (cujo nome verdadeiro, que ele detesta, é Cornelius Byron), o loiro cabeludo Tom e o gordinho J.T. vão enfrentando os vários obstáculos no caminho da fama.
A idéia de ironizar o mundo do hip hop americano, com suas gírias e seu jeito quase incompreensível de se comunicar, as poses e o gestual "malandro", tudo fabricado para vender como água no deserto, é uma boa premissa e rende algumas piadas interessantes (não por acaso, gente como o esperto Eminem já se autoparodia há muito tempo). Só que é o tipo de piada cuja graça não se mantém indefinidamente. Para piorar, em "Da Mob" a crítica é feita de maneira bem superficial, sem aproveitar todas as possibilidades dessa premissa.
As boas sacadas do desenho -como uma avó que surge para "traduzir" as gírias- acabam diluídas em um humor pueril e bobo. Entre as idéias originais, há a "participação" do astro Tupac (que morreu assassinado) como uma espécie de "grilo falante" do riquinho Rooster.
No geral, a fórmula do desenho pode sustentar o interesse da audiência por alguns episódios, mas é improvável que tenha vida longa. (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)


Da Mob
Quando:
amanhã, às 18h30, no Multishow


Texto Anterior: Música: Bojo refaz aposta na improvisação
Próximo Texto: Contardo Calligaris: Bartleby
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.