São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

LITERATURA

Escritor americano está sempre entre as apostas; vencedor é anunciado hoje pela manhã

Norman Mailer volta a ser cotado ao Nobel

CYNARA MENEZES
DA REPORTAGEM LOCAL

Se o Nobel de Literatura for mesmo um prêmio com conotações políticas, saberemos hoje pela manhã, quando se divulga em Estocolmo o vencedor da 100ª edição do prêmio mais importante do planeta.
Tendo de fato uma inclinação politizada, em um momento como este, a Academia sueca daria o prêmio a um nome do mundo árabe ou norte-americano. Ou, ideal, a um representante de ambos os lados da disputa que ora se trava. O Nobel já foi dividido por dois escritores quatro vezes e, agora, nada seria mais politicamente correto.
Nas bolsas de apostas, porém, não apareceu até agora o nome de nenhum autor árabe -o que não significa nada, porque muitos desses supostos "favoritos" vêm sendo preteridos por nomes desconhecidos, como aconteceu no ano passado, com a premiação do chinês Gao Xingjian.
De qualquer maneira, os três nomes mais cotados são os norte-americanos Norman Mailer e Joyce Carol Oates e o trinitário (de Trinidad e Tobago) de origem indiana V.S. Naipaul.
Contra Mailer, 78, sempre citado nas listas de "nobelizáveis" ano após ano, talvez esteja o fato de que outro autor de um livro com o título "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" já tenha ganho o prêmio -Mailer publicou em 1997 "O Evangelho Segundo o Filho", acendendo fofocas de que teria se "inspirado" no livro de José Saramago. Para o norte-americano, que foi casado seis vezes, tem nove filhos e deve viver às voltas com pensões alimentícias, os quase US$ 1 milhão não cairiam nada mal.
Sua conterrânea Oates, 63, é praticamente desconhecida entre nós, embora seja considerada uma das mais importantes e mais prolíficas autoras contemporâneas de seu país. É autora de mais de 70 livros, entre romances, contos, poesia e ensaios. Um de seus trabalhos recentes, "Blonde", causou furor nos EUA por ser uma visão romanceada da biografia de Marilyn Monroe -ainda inédito por aqui.
O romance mais famoso de V.S. Naipaul, 69, que deixou Trinidad em 1950 para se fixar na Inglaterra, é "Uma Casa para o Sr. Biswas", publicado no Brasil pela Companhia das Letras. Boa parte de suas obras, no entanto, está esgotada nas livrarias.
Outros nomes cotados como "favoritos" são o francês Yves Bonnefoy, poeta e autor de ensaios sobre arte ("Obra Poética", Iluminuras), o romancista sul-africano J.M. Coetzee ("Desonra", Cia. das Letras), o mexicano Carlos Fuentes ("Os Anos com Laura Diaz", Rocco) e o peruano Mario Vargas Llosa ("A Festa do Bode", Mandarim).


Texto Anterior: Relâmpagos - João Gilberto Noll: Mucosas
Próximo Texto: Gastronomia - Nina Horta: A comida aproxima os homens
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.