|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Paulo Coelho entra para o "Guinness"
SILVIA BITTENCOURT
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM FRANKFURT
A assistente social alemã Jennifer Gerau, 28, não conseguiu se
controlar. Depois de receber ontem à noite um autógrafo e um
abraço de Paulo Coelho, ela deixou o estande do escritor brasileiro aos prantos e com as mãos tremendo. "Estava desesperada por
este momento", afirmou à Folha,
20 minutos depois, mais calma.
"Ele é meu ídolo. Ele transmite
muita força por meio das palavras", acrescentou.
Gerau foi apenas uma das centenas de pessoas que se aglomeraram ontem à noite no pavilhão
quatro da Feira Internacional do
Livro, em Frankfurt, para ver o escritor bater um recorde mundial e
entrar no "Guinness Book": o do
autor que autografou, em uma só
sessão, o maior número de traduções (52, no total) de uma única
obra ("O Alquimista").
A idéia de incluir Paulo Coelho
no livro de recordes partiu de sua
editora na Alemanha, a Diogenes.
"Simplesmente propusemos ao
"Guinness Book" abrir um novo
quesito, o de maior número de
traduções autografadas numa só
vez", afirmou um dos editores,
Stefan Fritsch. Segundo ele, "O
Alquimista" já foi traduzido para
56 línguas. Quatro traduções recentes, porém, não chegaram a
tempo de participar do recorde.
Para o evento de ontem, porém,
a Diogenes reuniu e pôs à venda
todas as obras de Coelho em mais
de 50 línguas. O autor chegou
pontualmente à sessão de autógrafos, que começou às 19h04.
Centenas de pessoas já se aglomeravam no local havia mais de uma
hora. Para que o recorde fosse estabelecido, foram chamados apenas leitores que tinham em mãos
exemplares estrangeiros de "O
Alquimista". O primeiro livro autografado foi a edição portuguesa.
Ao assinar a edição do Brasil, às
19h30, o autor comemorou no
microfone e recebeu aplausos da
platéia. Às 19h40 o recorde foi efetuado, quando Coelho autografou
a 52ª tradução, de Taiwan.
"Este é um momento mágico",
afirmou o escritor, emocionado.
Para o recorde ser homologado,
toda a sessão foi filmada e cada
autógrafo, fotografado. Um representante do "Guinness Book"
e duas testemunhas também tiveram de acompanhar o evento. Todos os registros serão levados para Londres, onde o recorde será finalmente homologado.
"Foi um desafio para nós. Tinha
gente do mundo todo, o que é
muito simbólico", disse Coelho à
Folha. O escritor evitou falar do
projeto da Warner Bros de filmar
"O Alquimista". Ele afirmou que
estaria tentando recomprar os direitos que havia vendido à produtora americana, mas não explicou
o motivo.
Depois da Feira de Frankfurt,
que termina na segunda, Coelho
fará um giro pela Alemanha, onde
promove sua obra mais recente,
"Onze Minutos". Desde seu lançamento no mês passado, o livro
está, junto com "O Alquimista",
nas listas dos dez mais vendidos
no país.
Texto Anterior: Crítica: Obra desvela as contradições do conquistador Próximo Texto: Justiça lacra dez cinemas em Salvador Índice
|