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Rio inspira "Avenida Paulista"
DA REPORTAGEM LOCAL
Veio do Rio, vizinho com quem
costuma trocar idéias e farpas, o
mote para São Paulo celebrar seus
personagens às vésperas de completar 450 anos, em janeiro. Inspirada na coleção "Perfis do Rio",
da Relume Dumará, iniciada em
1996 e que hoje reúne quase 40 volumes, a também carioca Ediouro
lançou os dois primeiros livros de
"Avenida Paulista".
"Canhoteiro - O Homem que
Driblou a Glória", de Renato
Pompeu, e "Ayrton Senna - O
Eleito", de Daniel Piza, serão seguidos por perfis de outras figuras
históricas que ajudam a entender
a paulicéia tal qual a conhecemos.
Os perfilados já confirmados e
seus respectivos autores são: Pelé
(José Castello), Jânio Quadros
(Ricardo Arnt), Caio Prado Jr.
(Carlos Graieb), Hebe Camargo
(Ricardo Soares), Monteiro Lobato (Ricardo Prado), Mário de Andrade (Carlos Haag), Gino Meneghetti (Cassiano Elek Machado,
repórter da Folha), José Hamilton
Ribeiro (Sérgio Dávila, também
repórter do jornal) e José Simão,
colunista da Folha que será perfilado por Marcos Augusto Gonçalves, editor de Opinião.
A coleção leva o selo "São Paulo
450 Anos", do comitê de aniversário criado pela prefeitura.
Segundo o coordenador editorial do projeto, Alberto Schprejer,
dono da Relume Dumará e um
dos idealizadores da "Perfis do
Rio", as duas coleções seguiram o
mesmo princípio. "Quando você
pega personagens que marcam
uma parte da história da cidade,
está falando de alguém com quem
a cidade se identifica. Uma metrópole é uma polifonia. Os que
criam obras e se destacam são vozes dessa polifonia", explica.
A Ediouro pretende que, como
a similar carioca, "Avenida Paulista" não se esgote nos perfis já
certos e traga novidades. Outra
semelhança: os perfilados não
precisam ter nascido na cidade
-o requisito é que possuam ligação com ela e tenham ajudado a
transformá-la. É essa a característica tanto do famosíssimo Ayrton
Senna como do pouco badalado
Canhoteiro, craque maranhense
que encantou torcedores da cidade com a camisa do São Paulo.
"Canhoteiro é um ícone da paulistanidade porque é uma maravilha que não deu certo, como São
Paulo. Porque é a cidade mais rica, a maior fusão de etnias do
mundo, mas não cumpriu sua
missão de liderar o ingresso do
Brasil no Primeiro Mundo", declara o autor, Renato Pompeu.
Espécie de primo da crônica, no
sentido em que aproxima o jornalismo da literatura, o perfil é terreno por onde transitam escritores
e jornalistas. Não por coincidência, a quase totalidade dos autores
de "Avenida Paulista" é formada
por profissionais da imprensa.
No final do ano passado, a Boitempo lançou, com proposta semelhante, a coleção "Paulicéia",
com perfis de personalidades (como Adoniran Barbosa) e bairros
(Brás e Vila Madalena) e um ensaio sobre a Semana de 22.
(FV)
AVENIDA PAULISTA. Autor: vários.
Editora: Ediouro. Quanto: R$ 29.
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