São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2005

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TV

Baixa audiência leva estúdio americano a acabar com "Enterprise", a atual geração da série clássica, ao final da temporada

Paramount encerra "Jornada nas Estrelas"

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Paramount Pictures anunciou o encerramento da produção de "Enterprise", a atual série de "Jornada nas Estrelas", ao final desta temporada. O último episódio vai ao ar em maio nos EUA.
Foi o último prego no caixão da atual fase da marca, que pela primeira vez teve uma série cancelada prematuramente (e por motivo de baixa audiência) desde o encerramento do programa que deu origem à franquia, em 1969. Pela primeira vez em 18 anos não haverá filme ou série de "Jornada nas Estrelas" em produção.
"Embora, do nosso ponto de vista, e no dos fãs, qualitativamente, a série estivesse melhor do que nunca, no final, a coisa se resume à audiência", disse Rick Berman, criador da última geração da série e administrador da franquia desde a morte do criador Gene Roddenberry, em 1991.
"O fato é que fizemos 624 horas de "Jornada nas Estrelas" nos últimos 18 anos... há um ponto em que você chega à sobrecarga. Será provavelmente bom dar uma parada para rejuvenescer."
Embora não antecipe nenhuma produção relacionada à marca pelo menos nos próximos três anos, Berman não espera que este seja o fim da franquia, que completa seu quadragésimo aniversário no ano que vem.
"Jornada nas Estrelas" (Star Trek) teve seu primeiro episódio exibido nos EUA em 8 de setembro de 1966. A série original inaugurou um estilo na ficção científica televisiva, trazendo temas que até então eram tidos como "muito cerebrais" e província exclusiva da literatura do gênero.
A série retratava as aventuras do capitão James T. Kirk (William Shatner), o oficial de ciências Spock (Leonard Nimoy) e o médico Leonard McCoy (DeForest Kelley) a bordo de uma imensa nave estelar chamada USS Enterprise, representando uma Federação Unida de Planetas.
Exibido pela rede americana NBC, o programa durou três temporadas, mas arregimentou uma legião de fãs que justificaram a ressurreição da marca numa superprodução para o cinema ("Jornada nas Estrelas: O Filme").
Com o potencial mercadológico demonstrado pelo filme, surgiram seqüências na tela grande e na TV. Em 1987, estreou nos EUA "Jornada nas Estrelas: A Nova Geração", uma nova série baseada no universo criado por Roddenberry, mas ambientado numa Enterprise do séc. 24, quase cem anos além da época de Kirk.
O programa, exibido a partir da venda direta dos episódios do estúdio para cada estação local de TV no país, foi um sucesso, o que por sua vez justificou o início de outras duas produções baseadas na franquia, as séries "Deep Space Nine", em 1993, e "Voyager", em 1995, usada como carro-chefe para o lançamento de uma rede de TV da Paramount, a UPN.
Somando "A Nova Geração", "Deep Space Nine" e "Voyager", foram 21 temporadas televisivas produzidas em apenas 15 anos. Com as séries antigas sendo reprisadas nos EUA, muitos duvidavam que houvesse um mercado para um novo derivado da marca.
Mas a UPN queria uma substituta para "Voyager", o que levou Rick Berman a engendrar o conceito de uma série ambientada no passado de "Jornada nas Estrelas". No século 22, época em que nem a chamada Federação havia sido formada, "Enterprise" retrataria os esforços da tripulação do que seria a primeira nave estelar de longo alcance dos terráqueos.

Jornada tupiniquim
Se nos EUA a coisa vai mal para "Jornada nas Estrelas", no Brasil o momento é de ascensão. A partir de hoje o Universal Channel (Net/Sky) passa a exibir episódios inéditos no país de "Deep Space Nine" e "Voyager". O canal AXN, que exibe "Enterprise", deve ainda neste ano começar a exibir a quarta e última temporada da série. E a Paramount Home Entertainment pretende lançar por aqui caixas com temporadas completas da série original e de "Enterprise" em DVD.


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