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TV
Baixa audiência leva estúdio americano a acabar com "Enterprise", a atual geração da série clássica, ao final da temporada
Paramount encerra "Jornada nas Estrelas"
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Paramount Pictures anunciou o encerramento da produção
de "Enterprise", a atual série de
"Jornada nas Estrelas", ao final
desta temporada. O último episódio vai ao ar em maio nos EUA.
Foi o último prego no caixão da
atual fase da marca, que pela primeira vez teve uma série cancelada prematuramente (e por motivo de baixa audiência) desde o encerramento do programa que deu
origem à franquia, em 1969. Pela
primeira vez em 18 anos não haverá filme ou série de "Jornada
nas Estrelas" em produção.
"Embora, do nosso ponto de
vista, e no dos fãs, qualitativamente, a série estivesse melhor do
que nunca, no final, a coisa se resume à audiência", disse Rick
Berman, criador da última geração da série e administrador da
franquia desde a morte do criador
Gene Roddenberry, em 1991.
"O fato é que fizemos 624 horas
de "Jornada nas Estrelas" nos últimos 18 anos... há um ponto em
que você chega à sobrecarga. Será
provavelmente bom dar uma parada para rejuvenescer."
Embora não antecipe nenhuma
produção relacionada à marca
pelo menos nos próximos três
anos, Berman não espera que este
seja o fim da franquia, que completa seu quadragésimo aniversário no ano que vem.
"Jornada nas Estrelas" (Star
Trek) teve seu primeiro episódio
exibido nos EUA em 8 de setembro de 1966. A série original inaugurou um estilo na ficção científica televisiva, trazendo temas que
até então eram tidos como "muito
cerebrais" e província exclusiva
da literatura do gênero.
A série retratava as aventuras do
capitão James T. Kirk (William
Shatner), o oficial de ciências
Spock (Leonard Nimoy) e o médico Leonard McCoy (DeForest
Kelley) a bordo de uma imensa
nave estelar chamada USS Enterprise, representando uma Federação Unida de Planetas.
Exibido pela rede americana
NBC, o programa durou três temporadas, mas arregimentou uma
legião de fãs que justificaram a
ressurreição da marca numa superprodução para o cinema ("Jornada nas Estrelas: O Filme").
Com o potencial mercadológico
demonstrado pelo filme, surgiram seqüências na tela grande e
na TV. Em 1987, estreou nos EUA
"Jornada nas Estrelas: A Nova Geração", uma nova série baseada
no universo criado por Roddenberry, mas ambientado numa Enterprise do séc. 24, quase cem
anos além da época de Kirk.
O programa, exibido a partir da
venda direta dos episódios do estúdio para cada estação local de
TV no país, foi um sucesso, o que
por sua vez justificou o início de
outras duas produções baseadas
na franquia, as séries "Deep Space
Nine", em 1993, e "Voyager", em
1995, usada como carro-chefe para o lançamento de uma rede de
TV da Paramount, a UPN.
Somando "A Nova Geração",
"Deep Space Nine" e "Voyager",
foram 21 temporadas televisivas
produzidas em apenas 15 anos.
Com as séries antigas sendo reprisadas nos EUA, muitos duvidavam que houvesse um mercado
para um novo derivado da marca.
Mas a UPN queria uma substituta para "Voyager", o que levou
Rick Berman a engendrar o conceito de uma série ambientada no
passado de "Jornada nas Estrelas". No século 22, época em que
nem a chamada Federação havia
sido formada, "Enterprise" retrataria os esforços da tripulação do
que seria a primeira nave estelar
de longo alcance dos terráqueos.
Jornada tupiniquim
Se nos EUA a coisa vai mal para
"Jornada nas Estrelas", no Brasil o
momento é de ascensão. A partir
de hoje o Universal Channel
(Net/Sky) passa a exibir episódios
inéditos no país de "Deep Space
Nine" e "Voyager". O canal AXN,
que exibe "Enterprise", deve ainda neste ano começar a exibir a
quarta e última temporada da série. E a Paramount Home Entertainment pretende lançar por
aqui caixas com temporadas
completas da série original e de
"Enterprise" em DVD.
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