São Paulo, Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 1999
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RESTAURANTE CRÍTICA
Napoleone esbanja luxo em caro cardápio



JOSIMAR MELO
especial para a Folha

Tentei jantar no novo Napoleone e não consegui: mal abriu, já estava lotado. Curioso para checar as informações passadas por colaboradores atentos, e para rever o trabalho do chef Michel Darqué, terminei optando por um tranquilo almoço que, no entanto, retratou bem a casa.
Parece que o fulgurante sucesso da Daslu, complexo de lojas irresistíveis para milionários de todos os calões, transbordou de suas araras para a gastronomia das imediações. Os novos restaurantes das redondezas parecem sentir-se obrigados a ser chiques: assim podem receber as fazendeiras de Ribeirão Preto (que não sabem que chique mesmo é comer o bife do Gil Café).
Para isso o Napoleone está bem preparado. É elegante, confortável, com cara clássica. Montado numa escala sem excessos, com bar e salão embaixo e um mezanino em cima, o restaurante tem ainda uma loja-adega anexa, cujos vinhos podem ser levados para casa. No restaurante são cobrados com 30% de acréscimo, uma pechincha para os desvairados padrões paulistanos.
Acompanhá-los é a missão do chef francês Michel Darqué, 40, que viveu no Brasil enviado pelo chef Roger Vergé, do Moulin de Mougins (sul da França), na época um três estrelas. Depois Darqué saiu pelo mundo, voltando recentemente para o restaurante do World Trade Center, depois para o 72, até ser trazido ao Napoleone pelo proprietário Pedro Paulo Facchini, 37 -filho de uma família de hoteleiros em Águas de Lindóia.
Chique como previsto, o menu franco-italiano é cheio de foie gras, pato importado, lagosta, trufas. E bem caro, mesmo que o prato traga apenas filé mignon, batatas, cogumelos e queijo (custa R$ 37).
Sem afetação, mas bem delicados, são os nhoques de semolina com molho de tomate e queijo fontina. Com ornamentos de luxo vem o prato de orecchiette (massa em forma de conchinha) com foie gras francês e trufas negras (em conserva, acrescentam mais preço que gosto, mas ao menos não comprometem). As costeletas de cordeiro da Nova Zelândia são evidentemente macias, e caíram muito bem com o acompanhamento "emprestado" do prato de vitela grelhada: purê de mandioquinha, trufas e ragu de favas.

Restaurante: Napoleone
Cotação: regular / $$$$
Onde: r. Lourenço de Almeida, 743 (Vila Nova Conceição), tel. 011/820-4442
Quando: ter a dom, 12h/15h e 20h/ 0h30
Ambiente: pequeno e elegante
Serviço: uma ou outra rateada
Cozinha: francesa e italiana, de bom nível
Estacionamento com manobrista (pago)
Quanto: entradas, R$ 13 a R$ 21; massas e risotos, R$ 16 a R$ 36,50; pescados, R$ 30 a R$ 44; carnes e aves, R$ 35 a R$ 45,50



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