|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica/ "Lembranças"
Pouco inspirado, drama sobre jovens desajustados é bem fácil de esquecer
RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA
Sem entrar no mérito do
talento, não é difícil entender por que o ator inglês Robert Pattinson vem sendo tratado por milhões de adolescentes com o fanatismo que
décadas atrás era dedicado a
um James Dean (1931-1955).
Ele encarna o mesmo tipo de
jovem frágil, em que a insegurança como intérprete antes
ajuda do que atrapalha a compor seu personagem.
Mas há uma diferença fundamental entre os dois: enquanto
Dean foi dirigido por grandes
arquitetos do cinema em sua
breve carreira (Nicholas Ray,
Elia Kazan e George Stevens),
Pattinson teve que se virar até
aqui com tocadores de obra.
Foi assim em "Crepúsculo",
"Uma Vida sem Regras" e agora
em "Lembranças". Com a direção pouco inspirada de Allen
Coulter ("Hollywoodland"), a
nova produção nunca afasta a
incômoda sensação de estarmos assistindo a um telefilme
na tela grande.
Pattinson, agora no papel de
Tyler Roth, faz o garoto rico
que, depois do suicídio do irmão mais velho, briga com o pai
e sai de casa. Um dia ele se apaixona por Ally (Emilie de Ravin), que viu a mãe ser morta
por um bandido e tem problemas com o pai policial, e se reconecta aos poucos com o
mundo. "Lembranças" é um filme fácil de esquecer, mas não
indigno.
O diretor só se complica
quando tenta ser ambicioso, relacionando o drama individual
de Tyler com o drama de Nova
York em setembro de 2001.
LEMBRANÇAS
Diretor: Allen Coulter
Produção: EUA, 2010
Com: Robert Pattinson, Emilie de Ravin
Onde: ABC Plaza Cinemark, Kinoplex
Itaim e circuito
Classificação: 12 anos
Avaliação: ruim
Texto Anterior: Crítica/ "Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos: Longa empaca no clichê da vida adulta Próximo Texto: Última Moda - Alcino Leite Neto: Eclipse em Paris Índice
|