São Paulo, sexta-feira, 12 de março de 2010

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Crítica/ "Lembranças"

Pouco inspirado, drama sobre jovens desajustados é bem fácil de esquecer

RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA

Sem entrar no mérito do talento, não é difícil entender por que o ator inglês Robert Pattinson vem sendo tratado por milhões de adolescentes com o fanatismo que décadas atrás era dedicado a um James Dean (1931-1955). Ele encarna o mesmo tipo de jovem frágil, em que a insegurança como intérprete antes ajuda do que atrapalha a compor seu personagem. Mas há uma diferença fundamental entre os dois: enquanto Dean foi dirigido por grandes arquitetos do cinema em sua breve carreira (Nicholas Ray, Elia Kazan e George Stevens), Pattinson teve que se virar até aqui com tocadores de obra.
Foi assim em "Crepúsculo", "Uma Vida sem Regras" e agora em "Lembranças". Com a direção pouco inspirada de Allen Coulter ("Hollywoodland"), a nova produção nunca afasta a incômoda sensação de estarmos assistindo a um telefilme na tela grande.
Pattinson, agora no papel de Tyler Roth, faz o garoto rico que, depois do suicídio do irmão mais velho, briga com o pai e sai de casa. Um dia ele se apaixona por Ally (Emilie de Ravin), que viu a mãe ser morta por um bandido e tem problemas com o pai policial, e se reconecta aos poucos com o mundo. "Lembranças" é um filme fácil de esquecer, mas não indigno.
O diretor só se complica quando tenta ser ambicioso, relacionando o drama individual de Tyler com o drama de Nova York em setembro de 2001.


LEMBRANÇAS

Diretor: Allen Coulter
Produção: EUA, 2010
Com: Robert Pattinson, Emilie de Ravin
Onde: ABC Plaza Cinemark, Kinoplex Itaim e circuito
Classificação: 12 anos
Avaliação: ruim




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