São Paulo, Sexta-feira, 12 de Março de 1999 |
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RESTAURANTE - CRÍTICA Viela sai do anonimato e abre para o público
JOSIMAR MELO especial para a Folha E fez-se a luz. Ao menos para o restaurante Viela. No começo, no finalzinho de 96, o Viela sucedeu a outros restaurantes que, como ele, funcionaram numa vila de lojas elegantes dos Jardins. Mas como naquela região não era permitido que fossem abertos para o público, eles viravam uma espécie de refeitório exclusivo para os lojistas e sua clientela -e os amigos dos lojistas e da clientela... Situação limitada para se manter um negócio, ainda mais pelo fato de que, atraídos pela charmosa ambientação e pelo simpático cardápio, os frequentadores tendiam a aumentar, o que aconteceria, para usar uma linguagem bombástica, ao arrepio da lei. Pois agora o Viela resolveu virar gente grande e apresentar-se abertamente ao público. Mudou de lugar, deixou as instalações cativantes, mas acanhadas, e tornou-se, desde o final do ano passado, um restaurante de verdade, sem restrições. Foi a realização do trabalho de sua proprietária (e responsável pela cozinha) Maria Paula Moroni, uma argentina de 39 anos criada no Brasil, que toca o negócio com os sócios Monica Silveira, Paulo Campos e Gil Cajado, todos profissionais de outras áreas. Maria Paula também era noviça na gastronomia, em que debutou com o Viela, empurrada por sua paixão pela cozinha. Uma paixão eclética, que talvez por isso mesmo encantou, na primeira fase do restaurante, um público aberto a um gosto variado. Em suas novas instalações, o cardápio manteve a mesma amplitude de antes, agora servido numa casa de arquitetura rústica, mas bem acabada. A primeira referência, ou ao menos a que primeiro chama a atenção, é a dos pratos brasileiros que, como antes, marcam o salão com seus aromas característicos -o casquinho de siri (com uma incômoda crosta grossa de queijo) acompanhado de farofa de dendê; as moquecas de camarão ou de peixe (badejo ou linguado) enriquecidas com alho-poró, além do dendê e leite de coco; ou ainda o paulistano picadinho (cubos de filé mignon com farofa, pastéis e ovo frito). Mas o que domina mesmo o cardápio, nem sempre preciso (talvez porque as dimensões do serviço, agora para 60 lugares, são bemmaiores), é a culinária de simpatia italiana. Massas ao molho ragu; risotos variados, como o de aspargo ou, mais interessante, o da casa (agrião, tomate seco e mascarpone); costeletas de cordeiro (muito passadas, como em quase todo lugar) com risoto de alcachofra. Restaurante: Viela Cotação: regular / $$ Onde: r. Horácio Lafer, 640 (Itaim, zona sul), tel. 011/820-5474 Quando: ter a sáb, 12h/16h e 20h/1h; dom, 12h/17h Ambiente: repartido em várias salinhas decoradas com bom gosto Serviço: corriqueiro Cozinha: bem variada e atraente Estacionamento e manobrista (pago) Cartão: V. Quanto: entradas, R$ 10 a R$ 30; massas e risotos, R$ 14 a R$ 30; pescados, R$ 22 a R$ 33; carnes e aves, R$ 18 a R$ 28,50 Texto Anterior: Receitas do Mellão: É melhor que sexo Próximo Texto: O artesão Índice |
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