São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 2002

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Faixas têm predominância dark e blues

CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL

Bem antes de finalizar "18", Moby andou dizendo por aí: "Acho que as pessoas vão me odiar por isso". Não, Moby, não é bem assim.
Mas quem estiver procurando um novo "Play" para deixar tocando em festinhas... sim, esses vão odiá-lo.
Em comum com o avassalador e best-seller disco anterior, "18" tem o gosto por sons antigos.
Estão aqui os mesmos corais de igreja, o blues, o soul, os vocais de spirituals do sul dos EUA.
Mas foram-se os BPMs acelerados, as batidas de pista que hipnotizaram meio mundo com "Play".
Se você não quer esperar o lançamento -claro que não quer-, vá para a frente do computador. No Audiogalaxy, por exemplo, com paciência você consegue todas as faixas de "18".
Eis, aqui, algumas:

"We Are All Made of Stars" - A faixa lembra Underworld. Tem batida hipnótica, com som de sintetizador barato por cima. Por trás, um teclado aveludado cria a linha melódica da música.

"Jam for the Ladies" - É "Bodyrock" desacelerada. Tem batida funk, baixão na frente, scratches e atitude hip hop. Os vocais femininos lembram Salt'n'Pepa. No meio da música, uma quebrada para o rap "old school" e uma caída electro. Sexy, dançante, retrô.

"The Rafters" - Essa lembra "Why Does My Heart Feel So Bad", um pouco mais alegre. O vocal é só um lamento de voz femina. É Moby do primeiro ao último segundo.

"The Harbour" - Balada indie, com lindo vocal feminino. No meio do caminho, um clima ou outro de cordas. Ao longo da música, você percebe que soa como... Pet Shop Boys. Tire a prova.

"I'm Not Worried at All" - Um vocal masculino datado, meio anos 60. Por cima, uma cascata de efeitos, cordas, camadas. Um blues à moda Moby, como você já ouviu em "Play".

"18" - Introdução com cordas e som de coral de igreja. Aliás, não só a introdução... a faixa-título do disco pouco sai disso. Uma coisa meio Enigma.

"Sleep Alone" - Vocais de Moby, na linha "loser", passeiam sobre uma base lenta. Por cima, pontua uma guitarra sutil. "Pelo menos estávamos juntos, de mãos dadas, voando para o céu." É Moby in love.

"Another Woman" - Percussão à Isaac Hayes, vocal feminino poderoso e batida eletrônica. Moby construiu aqui um lindo deep house.

"At Least We Tried" - Moby é mesmo o soulman da música eletrônica. Aqui ele fez uma música bem à Motown, mesmo usando elementos como sequenciadores e sintetizadores. É o momento "Sexual Healing" (Marvin Gaye) do disco.


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