São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 2002

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CRÍTICA

Vocais femininos trazem emoção ao disco

FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM LONDRES

Programado para ser lançado no Brasil em 13 de maio, simultaneamente com a Inglaterra, o novo álbum de Moby, "18", tem 18 faixas, uma delas chamada "18", que é instrumental, mas sem a batida incessante que o tornou famoso.
Algumas rádios no mundo já estão tocando "We Are All Made of Stars", a escolhida para abrir o disco que tenta repetir as dez milhões de cópias vendidas de "Play", de 1999, o mais elogiado e bem-sucedido álbum da história da música eletrônica.
Em busca de algo mais romântico, melódico e emocional, Moby optou por muitos vocais femininos, que vão da gritada "In This World" às sussurradas "Great Scape" e "Sunday (The Day Before My Birthday)". Numa das melhores faixas, "Harbour", está a voz de Sinéad O'Connor.
Por causa dos atentados de 11 de setembro, ela não foi para o estúdio/casa de Moby, em Nova York. Tudo foi resolvido pelo correio, por telefone e por e-mail.
Os atentados às torres gêmeas mudaram também a música "Sleep Alone", cujo refrão, na versão anterior, era "At least we died together/Holding hands flying through the sky" (Pelo menos nós morremos juntos/De mãos dadas voando pelo céu). Depois, virou "At least we were together/Holding hands flying to the sky" (Pelo menos nós estávamos juntos/De mãos dadas voando para o céu).
Moby é geralmente um cara muito calmo, mas para deixá-lo nervoso basta insinuar que a única coisa que ele faz é "samplear" (pegar vocais de músicas, ou filmes, e colocar em cima de batidas). Moby é um multiinstrumentista. Em "18", é ele quem toca piano, bateria e guitarra em todas as faixas e ainda empresta sua própria voz a quatro músicas.
"The Rafters" e "I'm Not Worried At All" fecham o disco no melhor estilo final feliz dos filmes de amor hollywoodianos. Uma história escrita com notas, samplers, batidas e tudo o que os fãs do Moby já estão acostumados, com uma pitadinha de novidade, o romantismo.
Sem sentir o peso de ter virado o número um com "Play", Moby fez "18" ainda mais pessoal do que seu álbum anterior, e assim se distancia cada vez mais do rótulo de DJ sem deixar de ser eletrônico. Ao que parece, o ex-estudante de filosofia que aos 18 anos largou tudo para ser músico só está preocupado mesmo com um número: o de pessoas que vão gostar de suas músicas. (MARCELO FORLANI)


18     
Artista: Moby
Gravadora: Virgin
Quanto: a definir




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