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CRÍTICA
Vocais femininos trazem emoção ao disco
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM LONDRES
Programado para ser lançado no Brasil em 13 de maio,
simultaneamente com a Inglaterra, o novo álbum de Moby, "18",
tem 18 faixas, uma delas chamada
"18", que é instrumental, mas sem
a batida incessante que o tornou
famoso.
Algumas rádios no mundo já
estão tocando "We Are All Made
of Stars", a escolhida para abrir o
disco que tenta repetir as dez milhões de cópias vendidas de
"Play", de 1999, o mais elogiado e
bem-sucedido álbum da história
da música eletrônica.
Em busca de algo mais romântico, melódico e emocional, Moby
optou por muitos vocais femininos, que vão da gritada "In This
World" às sussurradas "Great
Scape" e "Sunday (The Day Before My Birthday)". Numa das melhores faixas, "Harbour", está a
voz de Sinéad O'Connor.
Por causa dos atentados de 11 de
setembro, ela não foi para o estúdio/casa de Moby, em Nova York.
Tudo foi resolvido pelo correio,
por telefone e por e-mail.
Os atentados às torres gêmeas
mudaram também a música
"Sleep Alone", cujo refrão, na versão anterior, era "At least we died
together/Holding hands flying
through the sky" (Pelo menos nós
morremos juntos/De mãos dadas
voando pelo céu). Depois, virou
"At least we were together/Holding hands flying to the sky" (Pelo
menos nós estávamos juntos/De
mãos dadas voando para o céu).
Moby é geralmente um cara
muito calmo, mas para deixá-lo
nervoso basta insinuar que a única coisa que ele faz é "samplear"
(pegar vocais de músicas, ou filmes, e colocar em cima de batidas). Moby é um multiinstrumentista. Em "18", é ele quem toca piano, bateria e guitarra em todas as faixas e ainda empresta sua
própria voz a quatro músicas.
"The Rafters" e "I'm Not Worried At All" fecham o disco no
melhor estilo final feliz dos filmes
de amor hollywoodianos. Uma
história escrita com notas, samplers, batidas e tudo o que os fãs
do Moby já estão acostumados,
com uma pitadinha de novidade,
o romantismo.
Sem sentir o peso de ter virado o
número um com "Play", Moby
fez "18" ainda mais pessoal do que
seu álbum anterior, e assim se distancia cada vez mais do rótulo de
DJ sem deixar de ser eletrônico.
Ao que parece, o ex-estudante de
filosofia que aos 18 anos largou tudo para ser músico só está preocupado mesmo com um número:
o de pessoas que vão gostar de
suas músicas.
(MARCELO FORLANI)
18
Artista: Moby
Gravadora: Virgin
Quanto: a definir
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