do enviado especial ao Recife

O filme de Kátia Mezel vai se dividir em três partes, cada uma em período histórico determinado.
A primeira ambientação será em centrada no ano de 1550, em torno de dois cristãos-novos, personagens reais, que viviam no Recife: Bento Teixeira e Branca Dias.
Teixeira é conhecido por ter escrito o primeiro poema conhecido em língua portuguesa no Brasil. Ele era professor e divulgava o judaísmo na clandestinidade.
Branca Dias era a mulher de Diogo Fernandes, um dos primeiros técnicos que introduziram a cultura da cana-de-açúcar em Pernambuco. Ela foi presa pela Inquisição em Lisboa. Era professora, teve 11 filhos, um dos quais não tinha os braços e escrevia com os pés.
A segunda parte do filme mostrará o periodo áureo dos judeus no Recife, inclusive a sinagoga (chamada Rochedo de Israel) e sua fuga para a América do Norte.
O personagem central dessa parte será o rabino Isaac Aboab da Fonseca, o primeiro no Brasil e nos EUA. Os judeus tiveram três meses para deixar o Recife após a reconquista da cidade por Portugal.
Muitos se esconderam no interior de Pernambuco. Centenas saíram em 26 barcos. Um deles, chamado ou St. Charles ou St. Catherine, foi capturado por espanhóis no mar do Caribe; depois, corsários franceses o resgataram e escoltaram até Nova Amsterdã, mediante pagamento que os 23 judeus a bordo não foram capazes de realizar.
Por isso, tiveram seus bens pessoais leiloados em Nova Amsterdã para poderem saldar a dívida.
A terceira parte do filme é ambientada em Nova York, no ano 2000, quando um rabino fictício se dá conta das origens de seus antepassados e resolve vir ao Recife para resgatar sua memória coletiva.
A história será pontuada por poemas (reais de Beto Teixeira e Aboab da Fonseca e criados para o personagem do rabino atual).
Mezel, que já tem o apoio de algumas empresas, como a Telefônica de Pernambuco e Biscoitos Pilar, diz que ainda não pensou em nomes de atores para o filme. Ela pretende se associar a produtoras de São Paulo e Rio para realizá-lo.
(CELS)

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