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RELÂMPAGOS
FronteirasFronteiras
JOÃO GILBERTO NOLL
Quando na esquina ergui
o braço, suspeitei não estar
mais no dia que eu dava como certo. Senti uma fisgada
a cortar a tarde pelo meio, a
tarde agora em completo
desalinho, sem face definida, ora me deixando como
que solto do quadro, ora me
integrando tanto a tudo que
eu me lançava em instintivas braçadas, tentando uma
evasão. Parou um táxi. Entrei. Não consegui indicar o
rumo ao motorista. Falei
apenas que me levasse. Que
no caminho eu lembraria. E
ele foi me levando muito
lentamente, meio curvado,
olhos comprimidos, como
se estivéssemos a ponto de
ultrapassar uma linha delicada, sim... uma fronteira...
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