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VÍDEO LANÇAMENTOS
"Blade" empolga por ser despretensioso
EDSON FRANCO
Editor de Veículos
Depois de tanta barca furada em
que Wesley Snipes se meteu, dá
medo de pegar um filme em que na
capa o ator aparece vestido à la
Darth Vader e que, na contracapa,
um texto de apresentação anuncia:
"Seu nome é Blade, um guerreiro
que possui a força sobre-humana e
os instintos demoníacos de um
vampiro".
Mas, por incrível que pareça,
"Blade - O Caçador de Vampiros"
empolga por ser despretensioso e
levar para as telas o entusiasmo
original do personagem de quadrinhos criado em 1973 pela roteirista
Mary Wolfman e pelo desenhista
Gene Colan, ambos da Marvel.
Abusando dos ângulos obtusos,
o diretor britânico Stephen Norrington deixa poucas pausas para
respiração na trama. O resultado
do ritmo frenético é um filme que
não se encaixa perfeitamente nas
prateleiras de horror, comédia ou
aventura. Ele tem um pouco de tudo isso em doses certeiras.
Pelo lado do horror, Greg Cannom responde pelos sanguinolentos e explosivos efeitos especiais
dispersos pela trama. A comicidade surge das diversas hipérboles
mitológicas que saem das bocas
dos vampiros. Por fim, a aventura
decorre do incansável duelo entre
o mal e o não tão mal assim.
Blade, o personagem do filme,
nasceu em 1967, no exato momento em que sua mãe morria vítima
de um ataque de vampiros. O bebê
veio ao mundo com os caninos
avantajados, mas, diferentemente
de seus pares sugadores de sangue,
Blade consegue passear à luz do
dia e é imune a alho e crucifixos.
Em comum com os demais vampiros, Blade tem a paixão por molho pardo. Para tornar menos sedutoras as jugulares alheias, o
vampiro do bem conta com o soro
produzido pelo seu mentor, Abraham Whistler (Kris Kristofferson).
Como o, no caso, mocinho já tem
dose suficiente de maldade, a tarefa do vilão fica ainda mais complicada. Na pele do vampiro Deacon
Frost, o ator Stephen Dorff conseguiu ser pior que o mal. Para tanto,
usou charme, sangue-frio e uma
vilania que decorre de um poder
sedutor e articulado de persuasão.
Interessado em ressuscitar uma
entidade que transformaria toda a
humanidade em vampiros, Frost
precisa do sangue de alguém que
tenha nascido com os mesmos
atributos de Drácula. Começa então a assediar as belas mulheres
que vão aparecendo na tela com o
intuito de levar Blade a uma arapuca em forma de templo.
Enquanto a armadilha vai sendo
montada, o filme vai prendendo a
atenção com cenas bem coreografadas de luta, diálogos rápidos e
marcantes e as batalhas internas
da mente contra os instintos do
corpo.
Como também assina a produção do filme, Snipes cuidou para
que a questão racial não fosse totalmente deixada de lado. Subliminarmente, o filme passa a mensagem de que, se o mal triunfar no final, tudo bem, pois, para os vampiros, não importa a cor da pele da
pessoa, mas sim as suas veias.
No frigir dos ovos, "Blade" é até
agora a melhor transposição para
o cinema do clima gótico das chamadas novelas gráficas -eufemismo para histórias em quadrinhos
um pouco mais elaboradas. No interior da batcaverna, alguém deve
estar morrendo de inveja.
Avaliação:
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Filme: Blade - O Caçador de Vampiros
Título original: Blade
Produção: EUA, 1998, 120 min
Direção: Stephen Norrington
Com: Wesley Snipes, Stephen Dorff e Traci Lords
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