São Paulo, sábado, 12 de maio de 2001

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Globo leva aparelho digital para o interior de São Paulo neste mês

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto o governo não decide qual será o padrão de transmissão de TV digital aberta no Brasil, as Organizações Globo começam a entrar na nova era da televisão pelo cabo. A Globocabo anunciou na quinta-feira que vai iniciar este mês testes de TV digital interativa com 250 assinantes da Net em Sorocaba (100 km de São Paulo).
Fruto de uma parceria entre a Globocabo e a Microsoft, a experiência deve durar até o final do ano e, dependendo dos resultados, a TV digital a cabo pode estar disponível para o mercado a partir do início de 2002.
Uma caixa, chamada set-top-box, está sendo instalada na casa de cada um dos 250 assinantes que participarão do teste. O aparelho, semelhante aos decodificadores utilizados atualmente pelos assinantes de TV a cabo, irá digitalizar o sinal por meio de um software, o Microsoft TV. Isso deve possibilitar ao telespectador uma série de novas experiências com a televisão.
O controle remoto ganha inúmeras funções e pode ser usado, por exemplo, para comprar o vestido da protagonista da novela, escolher a câmera do jogo de futebol, ler um texto sobre o filme que está sendo exibido, mandar mensagens pela tela e até fazer transações bancárias.
As empresas envolvidas no novo negócio não divulgaram uma previsão de quanto esse produto deve custar ao consumidor final.
Segundo a Globocabo, Sorocaba foi escolhida por ser uma cidade de médio porte, próxima a São Paulo, e por ter uma população social e economicamente representativa do universo brasileiro. Os 250 assinantes escolhidos irão participar de discussões de grupo e terão uma central de atendimento exclusiva. A idéia é detectar as possíveis falhas do sistema e perceber a relação do telespectador com a nova televisão.

Prioridade
A experiência de TV digital interativa no cabo certamente será usada como base para o que deve ser o maior investimento das Organizações Globo nos próximos anos: a televisão digital aberta.
A mudança da transmissão analógica (que recebemos atualmente) para a digital não significa apenas ganho de qualidade de som, imagem e interatividade.
Essa tecnologia representa uma incalculável possibilidade de novos negócios. Dependendo do padrão de transmissão adotado pelo governo (estão na briga o japonês, o norte-americano e o europeu), poderá haver transmissão móvel, o que quer dizer que será possível ver TV no carro, no ônibus e até em celulares, o que amplia drasticamente o mercado da televisão. (LAURA MATTOS)


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