JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

O maestro Ira Levin dirige hoje pela última vez neste ano a Orquestra Sinfônica Municipal, da qual foi regente e diretor entre 2002 e 2004. No programa, a "Sinfonia nš 9", de Cláudio Santoro, o "Concerto para Violino, op. 64", de Mendelssohn, e "Os Prelúdios", de Lizst. A solista será a violinista Elisa Fukuda. A seguir, Levin relata seus planos e atividades desde que deixou São Paulo.

Folha - Este é o último concerto que o sr. regerá com a OSM...
Ira Levin - Exatamente.

Folha - E por quê?
Levin - Porque não recebi nenhum outro convite.

Folha - Qual sua avaliação sobre a orquestra desde sua saída no final do ano passado?
Levin - Qualquer observação negativa poderia parecer arrogante. Mas creio que toda orquestra precisa de um diretor, de um maestro permanente. O Municipal está organizado de modo a garantir a Jamil Maluf a direção-geral e a direção artística. Mas a OSM tem só maestros convidados semanais. Não possui um diretor que possa diagnosticar seus problemas para transformá-los em acertos.

Folha - O programa de hoje foi o sr. quem o escolheu?
Levin - Maluf pediu-me para reger a "Sinfonia nš 6" de Santoro. "Os Prelúdios", de Lizst, foi a primeira peça que regi com a OSM, em 2001, ainda como convidado. Caso seja meu último concerto com eles, haverá algo simbólico. Mas isso não depende propriamente de mim, por mais que esteja disposto a trabalhar com eles.

Folha - Como está sua agenda?
Levin - Fui contratado para reger concertos na Alemanha, em Karlsruhe. E negocio para retomar atividades na Ópera de Dusseldorf. Fui negligente com meus contatos europeus nos três anos em que permaneci no Municipal.

Folha - O sr. também participará do Festival de Brasília, não é?
Levin - Fiquei feliz com o convite para preparar e reger a orquestra do festival e participar das atividades de música de câmara, como pianista. Será entre 24/7 e 7/8.