São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2008

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Sem medo de "egotrip", Fernanda Young leva "A Idéia" ao teatro

Escritora estréia na dramaturgia com "monólogo dadaísta" em que também atua

LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi a Marisa Orth que canta e faz graça no alto desta página quem, indiretamente, empurrou Fernanda Young para o palco. "Esta peça é a sua cara!", disse a atriz, ao ler "A Idéia", de Young e Alexandre Machado, que estréia amanhã com a roteirista e romancista no papel de uma mulher que vem a público apresentar uma idéia.
Ao ouvir o comentário de Orth, conta Young, "a empolgada aqui falou: eu vou fazer. Foi um blefe do qual depois não tive como sair fora". Formada em artes cênicas no Rio pela CAL (Casa das Artes de Laranjeiras), ela havia feito comerciais, "uma série de Machado de Assis" e uma ponta na novela "O Dono do Mundo" (91/92): "Gostava de estudar teatro muito mais pela observação humana do que ocorria ao meu redor do que por uma possível intenção de me apresentar. Sempre fui muito tímida".
Mas não para expor pensamentos: "Sou muito eufórica com minhas idéias, mesmo por que acho sensacional a coisa de ter uma idéia: é um ato de esperança, é de uma boa vontade com a humanidade... qualquer idéia muda carmicamente o andamento das coisas".
Estrear em cena com um monólogo de sua própria lavra em que a personagem, de saída, solta um "não sabia que era tão inteligente" pode soar para alguns como uma "egotrip"... "Recebo esta crítica desde os 26 anos, quando eu lancei meu primeiro romance e dizia que ele era bom. Na época, todo mundo me achava uma clubber, nunca pararam para olhar.
É como se os coronéis da cultura não permitissem que houvesse uma intelectual como eu. Isso é ausência de auto-estima nacional", dispara. "Às vezes, lanço um programa de TV e neguinho esculhamba só porque eu estou nele. Essa picuinha é burra, tão década de 80..."
Mas, convenhamos: dar ao texto a alcunha de "monólogo dadaísta", como faz o material de divulgação, é atiçar os críticos, não? "O termo me serve como alívio de isso [a peça] não ser visto como algo que se leva muito a sério. Por mais que pareça sério ser dadaísta, pelo contrário: lembra que é apenas uma maluquice, entendeu?"


A IDÉIA
Quando:
estréia amanhã, às 21h30; sex., às 21h30; sáb., às 21h; dom., às 19h; até 10/8
Onde: teatro Vivo (av. Dr. Chucri Zaidan, 860, São Paulo, tel. 0/xx/ 11 3188-4141); classificação 14 anos
Quanto: R$ 60


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